Não o "senti", como muitos camaradas , na trajectória do tiro , na camuflagem da mata, na perigosíssima guerra de lama e rio da Guiné.
Mas conheci-o , já Presidente , e com ele falei algumas vezes.Cedeu-me uma das suas viaturas , acomodou-me, ofereceu-me almoço e jantar. Por algumas vezes .
Um dos seus Ministros confidenciou-me , um dia, "...sabe o que é ser ministro de um País que até as telhas são importadas?..."
Na hora da sua morte tenho de me inclinar perante o seu passado , a sua valentia e o seu respeito e estima por Portugal e pelos Portugueses. Sobretudo pelos militares Portugueses.
Após a independência , o seu objectivo , deu-se algo de previsível , e que toda a gente , envolvida no processo RÀPIDO de despachar o Império , muito bem sabia.
A guerra , a ditadura , a prepotencia , a desconfiança , a corrupção , a deslealdade , a brutalidade , a ganância , a pobreza vil , a desmesurada riqueza do poder, a miséria , a doença , o orçamento de dadores e subsídios , a desgraça , a morte. E agora , novo , a droga , essa "basuka" de destruição global.
A África abandonada e sacada.
Nino Vieira , ao menos não morreu na cama , coisa que não gostaria certamente.
Será que Portugal pode , ao menos desta vez , mostrar áquele povo que não nos esquece , que 500 anos de irmandade pertencem à história e não aos políticos de passagem?E é com os valores da história que se prepara o futuro?