Bispo das Forças Armadas aproveitou a missa pascal do sector, que se realizou em Viseu, para apelar ao entendimento entre os protagonistas da justiça.
D. Januário Torgal atacou ainda os "ladrões" que originaram a crise económica.
O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, está "envergonhado" com o comportamento da justiça, que acusa de "dar um triste espectáculo" e pede aos seus protagonistas que se entendam. D. Januário aproveitou a homília pascal das Forças Armadas e de segurança, a que ontem presidiu em Viseu, para criticar duramente a justiça da qual "se tem medo de falar".
Perante uma sé catedral cheia de altos responsáveis militares e policiais, o bispo enveredou por um dos mais duros ataques à justiça portuguesa de que há memória. D. Januário Torgal questionou se "vamos permitir este espectáculo degradante a que estamos a assistir em Portugal, na forma como a justiça está a ser vivenciada com discussões publicas, antagonismos, oposições na alta hierarquia do mundo da justiça".
De seguida mostrou-se indignado ao afirmar que "quem souber um mínimo do direito, do seu exercício e aplicação, sente-se envergonhado com a permanente discussão na praça pública daquilo que é segredo de justiça". E elencou "conspirações, calúnias, erros, investigação mal conduzida, as maldades" para de seguida pedir um acordo entre os diversos protagonistas da justiça. "E nós não chegaremos a um entendimento, nestas coisas do mundo em que tantas mãos se sujam, para vermos aquilo que os italianos chamam mãos limpas?" Num discurso carregado de metáforas, Januário Torgal aludiu ao lavar das mãos. "É simbólico mas eu não queria apenas as mãos limpas, eu queria a consciência humana com critérios de gente honrada e limpa de virtude."
Antes, o bispo lembrou que "estamos a viver com violência, entre nós, uma crise que é fundamentalmente uma crise de ética". O bispo pediu "honestidade e gente de cara lavada conforme o disse a maior autoridade do País no Parlamento". O prelado evocou então Cavaco Silva, e o seu discurso no 25 de Abril, para pedir "liberdade na honra, na justiça e no direito, uma virtude da qual se tem muito medo de falar porque conforme afirmou o Presidente da República a crise mundial que estamos a viver é fundamentalmente uma crise de comportamento imoral". E considerou que a crise financeira foi originada por "alguns que supuseram que no tratamento do dinheiro valia tudo e as poupanças dos ricos, e sobretudo dos pobres, foram perfeitamente desviadas por quem supôs que os seus bolsos eram mais largos que os bolsos da gente simples e humilde". D. Januário alertou para "aquilo a que assistimos, cujas consequências se estenderão por muito tempo. Do ponto de vista jurídico chama-se um desvio de bens, porque o tratamento do dinheiro foi feito não por gente honesta mas por aves de rapina, que no vocabulário português - e a palavra é dura - têm o nome de ladrão".
Na homilia, o bispo alertou ainda para as dificuldades por que passam as famílias e pediu para que haja "ainda gente em Portugal a defender a família".
O bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, está "envergonhado" com o comportamento da justiça, que acusa de "dar um triste espectáculo" e pede aos seus protagonistas que se entendam. D. Januário aproveitou a homília pascal das Forças Armadas e de segurança, a que ontem presidiu em Viseu, para criticar duramente a justiça da qual "se tem medo de falar".
Perante uma sé catedral cheia de altos responsáveis militares e policiais, o bispo enveredou por um dos mais duros ataques à justiça portuguesa de que há memória. D. Januário Torgal questionou se "vamos permitir este espectáculo degradante a que estamos a assistir em Portugal, na forma como a justiça está a ser vivenciada com discussões publicas, antagonismos, oposições na alta hierarquia do mundo da justiça".
De seguida mostrou-se indignado ao afirmar que "quem souber um mínimo do direito, do seu exercício e aplicação, sente-se envergonhado com a permanente discussão na praça pública daquilo que é segredo de justiça". E elencou "conspirações, calúnias, erros, investigação mal conduzida, as maldades" para de seguida pedir um acordo entre os diversos protagonistas da justiça. "E nós não chegaremos a um entendimento, nestas coisas do mundo em que tantas mãos se sujam, para vermos aquilo que os italianos chamam mãos limpas?" Num discurso carregado de metáforas, Januário Torgal aludiu ao lavar das mãos. "É simbólico mas eu não queria apenas as mãos limpas, eu queria a consciência humana com critérios de gente honrada e limpa de virtude."
Antes, o bispo lembrou que "estamos a viver com violência, entre nós, uma crise que é fundamentalmente uma crise de ética". O bispo pediu "honestidade e gente de cara lavada conforme o disse a maior autoridade do País no Parlamento". O prelado evocou então Cavaco Silva, e o seu discurso no 25 de Abril, para pedir "liberdade na honra, na justiça e no direito, uma virtude da qual se tem muito medo de falar porque conforme afirmou o Presidente da República a crise mundial que estamos a viver é fundamentalmente uma crise de comportamento imoral". E considerou que a crise financeira foi originada por "alguns que supuseram que no tratamento do dinheiro valia tudo e as poupanças dos ricos, e sobretudo dos pobres, foram perfeitamente desviadas por quem supôs que os seus bolsos eram mais largos que os bolsos da gente simples e humilde". D. Januário alertou para "aquilo a que assistimos, cujas consequências se estenderão por muito tempo. Do ponto de vista jurídico chama-se um desvio de bens, porque o tratamento do dinheiro foi feito não por gente honesta mas por aves de rapina, que no vocabulário português - e a palavra é dura - têm o nome de ladrão".
Na homilia, o bispo alertou ainda para as dificuldades por que passam as famílias e pediu para que haja "ainda gente em Portugal a defender a família".
Ao menos um Oficial General tem coragem de falar Loud and Clear