O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda, tomou hoje posse do
cargo para o qual foi nomeado pelo Papa Francisco a 10 de outubro de 2013,
sucedendo a D. Januário Torgal Ferreira.
A tomada de posse canónica aconteceu durante a reunião geral de capelães
militares que decorreu em Fátima, mas o prelado admitiu dificuldades no que diz
respeito à definição da sua situação com capelão-chefe no Serviço de Assistência
Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
“Os militares reclamam a minha entrada, não só os capelães, mas militares
católicos, alguns dos quais já conheci há 30 anos, quando também prestei
assistência religiosa no Exército, e outros que fui conhecendo”, disse D. Manuel
Linda à Agência ECCLESIA.
“De facto, alguns interrogam-se: Porque é que o poder político não
desbloqueia a situação? Não sei responder, mas estou convencido de que haverá
boa vontade da parte de todos”, acrescentou.
O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de
Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada
entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e
pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea,
da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.
“Se não me derem os instrumentos indispensáveis para exercer o meu
ministério, não o posso exercer, é tão simples quanto isso. Como é que eu de
Braga posso prestar assistência, por hipótese, à GNR de Vila Real de Santo
António?”, questiona D. Manuel Linda.
O responsável mostra-se “convencido” de que os responsáveis do Estado estão a
“trabalhar com empenho” para tentar “desbloquear qualquer coisa que a lei
poderia ter de menos preciso”.
D. Manuel Linda, de 57 anos, era bispo auxiliar da Diocese de Braga desde
junho de 2009, tendo sido ordenado em setembro do mesmo ano, na Catedral de Vila
Real.
Do ponto de vista do Direito Canónico, a tomada de posse deveria ter
acontecido até dois meses após a nomeação do Papa como ordinário castrense e foi
necessário pedir ao Vaticano um adiamento, que foi concedido “até final de
janeiro”.
“Outra coisa é o estatuto que o Estado conceda para que eu possa desempenhar
funções dentro das Forças Armadas e de Segurança, que são realidades distintas”,
acrescenta o prelado.
A Capelania Mor, de acordo com as disposições do artigo 5.º do Decreto-Lei
251/2009, é um órgão de natureza inter-religiosa integrado no Serviço de
Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança, que assegura
o regular funcionamento da assistência e compreende na sua composição um
capelão-chefe, por cada confissão professada, que coordena a respetiva
assistência religiosa.
A Igreja Católica coloca sob a jurisdição do Ordinariato Castrense todos os
fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao
serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de
Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança
Pública.
D. Manuel Linda diz ter como projeto estar junto dos “homens e mulheres que
servem as Forças Armadas e de Segurança”, com base em quatro “pilares”:
formação, acompanhamento espiritual, evangelização e atenção à piedade
popular.
2 comentários:
O Bispo refere-se ao poder político ou ao ministro da defesa, que arranjou mais uma confusão das suas??
LGF
Cá por mim nem o bispo nem o ministro fazem falta.
G. Allen
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