GNR punido com três anos de prisão por matar
fugitivo
Pedro Sales Dias
Público,
06/11/2013
Tribunal da Relação do Porto inverte decisão de primeira
instância.
Depois de absolvido duas vezes, o Tribunal da Relação
do Porto (TRP) decidiu recentemente condenar, a três anos de prisão com pena
suspensa, um militar da GNR pelo homicídio de um jovem de 21 anos que seguia
dentro de um carro em fuga, em 2006.
O TRP critica as absolvições, que
assim anula, considerando que as Varas Criminais do Porto erraram e confundiram
“a legitimidade das forças policiais para utilizar a arma de serviço com a
ilicitude da conduta”, refere o acórdão ao qual o PÚBLICO teve
acesso.
As Varas Criminais do Porto haviam considerado que o
militar usou a arma como último recurso para deter o veículo que estaria a
colocar em causa a segurança de outras pessoas na via. Mas o
TRP avisa que este
“entendimento simplista” deixaria a “porta aberta para que as forças policiais”
tivessem “a cobertura legal para disparar indiscriminadamente”.
O caso remonta a Outubro de 2006. A perseguição
começou nas Guardeiras, Maia — onde o veículo desobedeceu à ordem de paragem
fugindo — e acabou no Porto. Já nesta cidade, o militar usou uma
pistola-metralhadora, assente na janela da porta do carro, e disparou. Alegou
ter usado todos os meios antes, que fez mira nos pneus e que não tinha visto
pessoas no banco de trás. Vítor foi atingindo por duas balas no tórax e morreu.
O companheiro do lado levou com uma bala.
O TRP, que decidiu condenar o guarda por homicídio
por negligência, sublinha que a sua actuação foi “excessiva”. Em Janeiro, o
mesmo guarda será julgado por tentativa de homicídio sobre outros ocupantes do
mesmo carro. Os juízes chamam a atenção para o facto de as regras de uso de
armas pelas forças policiais terem sido
violadas.
O Tribunal de Loures condenou outro guarda a nove
anos de cadeia por ter morto a tiro um menor que circulava numa carrinha em
fuga. É a pena mais pesada até agora aplicada em situações semelhantes e já
levou milhares pessoas a assinarem uma petição a pedir a absolvição do
militar.
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
ASSIM ???!!!!
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