A escritora Alice Vieira é ameaçada de expulsão pelo PCP por se candidatar pelo PS a presidente da Assembleia Municipal de Mafra e violar os compromissos com o partido.
O que espanta é que outro militante comunista, Carvalho da Silva, ande de braço dado com o PS e com o Bloco de Esquerda há anos e não lhe aconteça nada.
Carvalho da Silva é também o principal rosto do Congresso Democrático das Alternativas, o que já levou, aliás, Vasco Lourenço e Alfredo Barroso a romperem com o movimento porque ele teria como tarefa manter aceso o mediatismo de Carvalho da Silva (após abandonar a CGTP) rumo à candidatura à Presidência da República em 2015.
É por ter uma missão especial a cumprir que Carvalho da Silva tem um estatuto privilegiado dentro do PCP.
O ex-coordenador da CGTP funciona como se fosse um partido uninominal encapotado do PCP, tirando partido da capacidade de estabeler pontes e infiltrar as outras plataformas de esquerda ( e até de direita), captando um conjunto de fieis... de outros partidos que se tornam criptocarvalhosdasilva (a maioria é, porém, oriunda do cripto-comunismo).
O objectivo é levar o PCP, através de Carvalho da Silva, ao topo da magistratura do país, com o objectivo de defender o que resta da Constituição de Abril.
A opinião pública conhece mal, aliás, a militância comunista de Carvalho da Silva. Ele não gosta de falar nisso e quanto tem mesmo que o fazer é puxado a saca-rollhas ou arranja maneira de, sibilinamente, marcar as distâncias do partido.
O PCP, para além da sua força própria, sempre teve esta estratégia de criar estruturas com fins políticos de alto coturno.
Após o 25 de Abril, o MDP/CDE, mantido artificialmente pelos comunistas, serviu para tentar captar votos que seriam para o PS. O sonho comunista nas primeiras eleições de 1975 era o PC ganhar as eleições à volta de 30% e o MDP/CDE ficar em segundo com 15 a 20% de votos.
A criação dos Verdes foi uma forma de os comunistas terem os ecologistas para sempre controlados, impedindo a formação de outro partido ecológico.
Álvaro Cunhal, como conta o dissidente Raimundo Narciso, também pensou criar um Partido Camponês para varrer o que restasse do voto da Reforma Agrária e captar o pequeno e médio campesinato do norte.
Hoje, a missão secreta do PC chama-se Carvalho da Silva.
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