A
DESTRUIÇÃO DOS COLÉGIOS MILITARES
20/6/13
“Se
acham que a educação é cara
Experimentem a ignorância”
(Lema
do Ministério da Educação de
Singapura)
" Quando ainda
jovem, jovem, aprendia português (de Portugal), lembro-me de um conhecido texto
da saudosa “Selecta Literária” em que um velho pai, já no seu leito de morte,
chamou à sua presença os sete filhos para lhes dar um último conselho para a
vida: que fossem unidos para melhor se defenderem e prosperarem.
Para o ilustrar
pediu a cada um que partisse uma vara que lhes dava, o que todos fizeram
facilmente. A seguir juntou sete outras varas e fez o mesmo pedido. Desta feita
nenhum dos filhos conseguiu partir o molho de varas…
Vem isto a
propósito da última manifestação promovida pelas alunas e ex-alunas do
Instituto de Odivelas (IO), no pretérito dia 14 de Junho, contra o encerramento
deste colégio centenário. A concentração foi junto aos Jerónimos com subida até
ao Ministério da Defesa, acabando com oferta de rosas ao ministro.
A ideia foi boa,
já quase em desespero de causa, mas não parece – infelizmente - ter força para
resultar. Justamente porque em vez de aparecerem as “sete varas” só apareceu
uma…
Quer isto dizer
que a luta pela defesa dos estabelecimentos militares de ensino tem que ser
feita pelos três - IO, Colégio Militar (CM) e Instituto Militar dos Pupilos do
Exército (IMPE) – com os respectivos corpos docentes, discentes, associações de
ex-alunos, associações de pais e todos aqueles (entidades e pessoas
individuais), que consigam mobilizar para a causa. Tudo em coordenação e
complementaridade.
E tal,
tragicamente, não tem sido feito ou conseguido.
Não vamos agora
analisar quem tem mais ou menos responsabilidades neste âmbito – cada qual que
meta a mão na consciência – o que interessa, é ter a noção de que o que se
conseguiu até agora vai permitir, faseadamente, que o MDN (isto é, o governo)
destrua três singularíssimas instituições que pela sua antiguidade e valor, já
fazem parte dos esteios identitários da Nação! E ver o que se consegue fazer
daqui para a frente.
E se não se
conseguem organizar, ponderem a criação de uma estrutura que o faça, numa
espécie de “confederação”.
A ofensiva, agora,
é poderosa e conta com o alheamento do Conselho de Chefes Militares – que nunca
se entenderam sobre o assunto – e com a demissão do Comando do Exército,
instituição que tutela directamente os colégios.
Conta, ainda, com
a “cobertura” da desculpa da “Troika” e da “crise”, e da máquina de calcular
dos tecnocratas de serviço – que apenas vêm números (os que lhe interessam) – e
que nem lhes passa pela cabeça que fechar 50 escolas secundárias, por ex., tem
um significado e impacto perfeitamente distintos, do que fechar qualquer um
destes peculiares estabelecimentos de ensino de excelência.
E creio que jamais
perceberão, a não ser à “martelada”…
A piorar as coisas
uma mão cheia de jornalistas contaminados pela demagogia corrente, ou
arregimentados, alinham na campanha escrevendo e dizendo coisas parecidas a
dislates, como foi o caso da jornalista, da RTP1, que cobriu a cerimónia
militar do Dia de Portugal, em Elvas. Foi pena que nenhum dos três oficiais
presentes a tivesse posto na ordem.
E os abutres que há
muito aguardam pelos despojos, para passar a patacos o património pátrio,
continuam à espreita…
Passo a relatar um
exemplo do muito que se deveria fazer se todos quisessem e conseguissem dar as
mãos.
Todos os
mobilizáveis deveriam concentrar-se, à vez, em frente a cada um dos Colégios, e
fazer-se um cordão humano à volta dos mesmos. No final e frente à “Porta de
Armas”, seria cravada no chão uma espada ou uma espingarda com baioneta,
significando que “dali não passarão”!
Acompanhado de
discurso e encenação a condizer.
A situação é
grave e requer resistência passiva e, se necessário, desobediência civil.
Não se devem
oferecer mais rosas ao senhor ministro (e como todos devem estar arrependidos,
no CM, de o terem obsequiado com um “zacatraz” – desde quando se saúdam os
algozes?). A não ser os espinhos das mesmas.
Ele não as
merece, em primeiro lugar porque não as vê, pois é vesgo; não as cheira, pois
usa perfumes caros; não as tacteia, pois é insensível; não as entende, pois está
vidrado no erro e não vos agradece, pois está do lado do inimigo.
Ofereçam-nas
antes, á Rainha Santa Isabel que ela, sim, as merece.
E talvez interceda
para que entre luz neste governo de trevas."
João J. Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
Com a devida vénia
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