Aguiar-Branco anuncia
corte de 36 milhões em
medidas sectoriais na
Defesa
Nuno Sá Lourenço
"No
mesmo dia em que assinava a directiva ministerial que torna operacional o
programa de reformas nas Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Pedro
Aguiar-Branco, anunciou as medidas que foram antecipadas desse plano para o
Orçamento rectificativo entregue ontem no Parlamento. De acordo com o ministro,
as medidas “de natureza sectorial” que o ministério preparou para 2013
resultarão numa poupança de 36 milhões de euros até Dezembro. Entre essas
medidas está a revisão do suplemento de residência, que até agora abrangia
militares cuja deslocação fosse até aos 30 quilómetros e que
vai
passar a ser limitado a distâncias superiores a 100 quilómetros.
Foi também
decidido o aumento de um ano no tempo de permanência nos postos e a suspensão do
Dia da Defesa Nacional.
Aguiar-Branco confirmou ainda a possibilidade de
transferência de verbas por via do Orçamento para o
fundo
de pensões. A título “excepcional”, acrescentou, até ser encontrada uma forma
definitiva de resolver a forma de financiamento. O fundo tinha como fonte de
receita a alienação de património imobiliário militar — algo que nunca se
revelou sufi ciente para cobrir os encargos de cerca de 40 milhões anuais com
esta obrigação.
A directiva
ministerial para a reforma Defesa 2020 vai, contudo, mais longe no tempo.
Aguiar-Branco definiu um conjunto de prazos para a aplicação do programa. Dos
cerca de seis mil efectivos a reduzir até 2020, dois mil terão de sair em 2014.
E outros dois mil em 2015. O objectivo final é que as Forças Armadas cheguem a
2020 com um máximo de 32 mil homens, incluindo os que se encontrem
na
reserva em efectividade de serviço.
Da mesma
forma, Aguiar-Branco pretende que a existência do Instituto Universitário
Militar — que fundirá as academias dos ramos e o Instituto de Estudos
Superiores Militares — seja uma realidade em 2016.
A reforma
pode ainda levar à fusão do Instituto Hidrográfico com o Instituto Geográfico do
Exército. Mas o ministro reconhece que essa fusão só acontecerá, caso o estudo
solicitado assim o defenda.
O programa anunciado já este ano define um tecto
orçamental para a Defesa definido para 1,1% do PIB,
com
uma oscilação possível de mais ou menos 0,1%. Feitas as contas pelo PÚBLICO,
tendo em conta o PIB apurado para 2012, o valor do orçamento para a Defesa,
considerando o valor estipulado, seria de 1819 milhões de euros. Aguiar-Branco
assumiu ainda que este valor poderia ter uma variação de mais ou menos 0,1% em
cada Orçamento de acordo com as necessidades ou restrições conjunturais.
O
valor assumido no OE de 2013 para este sector foi de 2212 milhões de
euros.
O programa
assume ainda o objectivo de redução de 30% no dispositivo de comandos, unidades
e estabelecimentos das FA, e um corte na mesma ordem do
pessoal civil no ministério e ramos. Estabelece ainda a fusão da Direcção-Geral de
Pessoal e Recrutamento com a Direcção-Geral de Armamento e
Infra-estruturas."
1 comentário:
Ou me engano muito ou este cavalheiro terá de mudar de assunto sob pena de o assunto o mudar a ele.
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