"No início deste ano lectivo, foram matriculadas 39 alunas nas instalações do Colégio Militar ao abrigo daquela que é a fusão entre duas das mais honrosas e distinguidas instituições de ensino em Portugal. O Colégio Militar e o Instituto de Odivelas, instituições de ensino diferenciado, por
tradição em regime de internato, conhecidas pela sua excelência na formação de indivíduos de carácter, porque não se limitam a interferir na instrução das competências literárias e científicas mas que se pautam pela educação de princípios estruturais da pessoa humana, pela Ética e pelos Valores que hoje em dia se sucumbem na sociedade em que vivemos.
tradição em regime de internato, conhecidas pela sua excelência na formação de indivíduos de carácter, porque não se limitam a interferir na instrução das competências literárias e científicas mas que se pautam pela educação de princípios estruturais da pessoa humana, pela Ética e pelos Valores que hoje em dia se sucumbem na sociedade em que vivemos.
Poderia ser esta fama apenas fruto de campanhas publicitárias, ou de um mero boato secular que corresse pela sociedade, ou não fossem as largas dezenas de personalidades distinguidas em nomes de ruas e praças, ou nos livros de História por onde todos estudámos. Os 5 Presidentes da República dos 19 existentes em Portugal e as diversas personalidades de onde destaco Humberto Delgado, o eterno “General Sem Medo”,que com o seu caráter e formação fez uma campanha histórica pelos valores da Democracia em Portugal. Tudo isto cimentado em séculos de aperfeiçoamento de uma matriz educativa única, assente numa meritocracia bem hierarquizada sempre em prol do enriquecimento da formação e da potencialização das capacidades de cada rapaz no Colégio Militar e da cada rapariga no Instituto de Odivelas.
Ambas as instituições se mantiveram firmes, desde a fundação de cada uma, ao longo das diversas vicissitudes que atravessaram o nosso país. A passagem das Invasões Francesas, a queda da Monarquia, a 1ª República, o Estado Novo, a entrada na U.E., as profundas crises económicas e financeiras que atravessaram a nossa História, porque sempre corresponderam com o seu propósito, o de Servir Portugal com a Excelência dos seus Ensinos muito próprios e distintos, deixando que os“Meninos da Luz” e as “Meninas de Odivelas” falassem por si no que toca à defesa da continuidade de cada uma das suas respectivas “casas”. Facto que até hoje não se alterou.
Vivemos num período de contenção, estamos subjugados a uma assistência financeira externa que nos obriga a cortar na despesa ou a insolubilidade do Estado seria eminente. Corta-se nas pensões, nos subsídios, e no parecer do Ministério da Defesa Nacional, na pessoa do Senhor Ministro Aguiar Branco e restantes Secretários, arquétipo a Srª Secretária de Estado adjunta e da Defesa Nacional Berta Cabral, hipoteca-se também o futuro das futuras gerações em Portugal.
Assina-se um despacho sem olhar às consequências que isso pode trazer, tudo porque se encomendou um estudo a uma comissão presidida pelo Prof. Marçal Grilo que concluiu que seria necessária uma reforma nas instituições militares de ensino. Pois bem, a fusão irreflectida, mal avaliada e mal planeada que seja! O que interessa são os “números”, os erros depois alguém virá para emendar. “Fazer História” como diria a Srª Berta Cabral, afastando o Director do Instituto de Odivelas que se manifestou publicamente contra a decisão exonerando-o como adido militar em Madrid. Pasme-se que até o próprio presidente da comissão que efectuou o estudo, encomendado pelo Governo, já veio a público dizer que está contra a forma como todo este processo está a ser perscrutado. Propositadamente avançar com a fusão sem ouvir as Associações de Pais e as Associações dos Antigos Alunos, que tinham propostas que igualariam o custo per capita de um aluno numa destas instituições com um aluno numa outra qualquer escola pública, soluções que passariam por rentabilizar as instalações que estas instituições têm, abrir as suas portas a mais alunos, em parcerias por exemplo com os PALOP, visto que o Colégio Militar apenas tem inscritos metade dos alunos que poderia comportar, garantindo a mesma qualidade de formação, o que no limite até poderiam trazer lucro ao Estado.
Pesando estes argumentos, que o Ministério de forma tão sublime se rejeitou a ouvir, fica a pergunta que percorre todas as televisões “Porquê?”. Quais as verdadeiras intenções que estão por detrás da “reforma”? Não será esta a altura de “Fazer História” e deixar o ego de parte, pensar realmente se valerá a pena a teimosia de uma Reforma pouco sensata e mal calculada?
São séculos de aperfeiçoamento que se retratam nas virtuosidades e no espectro pleno de formação humanística, ética, académica, física e nos valores de cada um dos indivíduos que estas “casas” formam. Almejamos nós, portugueses, um ensino de excelência que dá provas do seu valor nos rankings nacionais e que brilha Cada Vez Mais Alto nas competições internacionais, ou aproximaremos a excelência da mediocridade e do facilitismo que brota de forma persistente na formação da nossa sociedade?"
NOTA:Este artigo está no Orgão Oficial da JSD de Odivelas , com a devida vénia
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