Auditoria encontra várias irregularidades
na gestão de empresas municipais da autarquia liderada por Berta Cabral, líder
do PSD/A
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) identificou várias irregularidades
na gestão desenvolvida pela empresa municipal Acção PDL, uma sociedade anónima
criada pela Câmara Municipal de Ponta Delgada (liderada pela líder do PSD/A,
Berta Cabral) para gerir investimentos nas áreas de urbanização, requalificação
urbana e habitação social.
Na lista de falhas da Acção PDL sobressai o facto de, relativamente a gestão
de obras, o projecto do Parque Urbano de Ponta Delgada, orçado em 15 milhões de
euros, ter previsto a construção de um pavilhão multiusos e de um complexo de
piscinas. Equipamentos que não foram executados, apesar de o dinheiro ter sido
gasto na mesma. Neste caso, foram aplicadas verbas num driving range e num club-
-house (para a prática de golfe).
A auditoria aponta a existência de falhas contabilísticas, valores
incorrectamente declarados e documentos em falta, além de considerar que a
autarquia criou uma outra sociedade anónima, a Cidade em Acção, cujas tarefas se
sobrepõem, pelo menos em parte, às da Acção PDL. Através destas duas empresas, a
autarquia já tinha contraído, até 30 de Setembro de 2009, dívidas superiores a
20 milhões de euros - montante que o próprio TC concluiu ser "difícil de apurar
devido à ausência de informação consolidada".
O Tribunal de Contas considera que a coexistência das duas empresas "não faz
sentido", propondo mesmo a extinção de uma delas. Classifica de ilegal que a
empresa Cidade em Acção, ao ter ficado responsável pela construção do Parque
Urbano, tenha delegado à Acção PDL o papel de gestão administrativa daquele
grande espaço verde e de lazer da principal cidade açoriana.
No caso da Acção PDL, o Tribunal de Contas acusa esta empresa de ter
apresentado contas, a 31 de Dezembro de 2008, que não correspondiam à realidade
dos números. Por exemplo, o anexo ao balanço e à demonstração de resultados do
ano em questão não contém informação relativa aos "compromissos financeiros
futuros" firmados pela empresa entre 2009 e 2038 e que ascendem a 37 milhões de
euros. São diversas as irregularidades detectadas pelo TC: a não menção aos
contratos- -programas celebrados entre a Acção PDL e a edilidade; a
possibilidade da autarquia viabilizar empréstimos à empresa municipal, o que
legalmente compete à Assembleia Municipal; a contratação de trabalhadores que
ficam depois ao serviço da autarquia e não da empresa; e ainda o facto desta
sociedade anónima "nunca ter requerido o reembolso do IVA em excesso" (mais de
58 mil euros).
1 comentário:
E a continha da luz????
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