O CEMFA afirmou (Notícias MSN) que a
FA perdeu 60% dos seus comandantes de aeronave, no caso em apreço fazendo com
que Porto Santo tenha que ficar a aguardar a chegada de um dos pouquíssimos
qualificados no helicóptero NH101, ido do Continente ou dos Açores, para
assegurar que se possa acorrer a uma qualquer emergência. O MDN apressou-se a
dizer que estava salvaguardada a missão de Busca e Salvamento na Região Autónoma
(claro que sem adiantar em que condições), acrescentando que a gestão dos
recursos de modo a cumprir as missões competia (neste caso) ao CEMFA. Voltamos a
recomendar muito vivamente ao MDN que leia o nosso comunicado sobre a questão
dos Pilotos Aviadores, pois explica muito bem porque é que a FA se encontra
nesta difícil situação. Entretanto, para além disso, temos que colocar uma
pergunta ao MDN (que, por motivos óbvios, nunca terá resposta): então, o MDN (e
o Governo a que pertence) reduz drasticamente os recursos colocados à disposição
das Chefias Militares, que o mesmo é dizer que lhes retira capacidades, e,
depois, “atira-lhes” com as responsabilidades para cima? O MDN ainda não
percebeu que a sangria de quadros altamente qualificados das Forças Armadas (os
que podem sair e têm um qualquer “instrumento” que lhes permita sobreviver fora
delas), tem a ver com a forma como eles são tratados? Já experimentou saber da
mágoa com que a esmagadora maioria o faz? O MDN julga que são apenas os oficiais
que abandonaram a sala para a qual se dirigia CM, JN), no IESM, a estar
preocupados (e indignados) com o que tem sido feito às Forças Armadas e aos
militares? O CMG
Almeida Moura (no espaço “Os Militares têm a palavra) lembra, a
propósito do que se passa e de que a situação vivida na Região Autónoma da
Madeira é apenas o pormenor mais visível, o que aconteceu há alguns anos com um
avião polaco.
Isto de alguém ter memória é um
aborrecimento, para quem, além de tudo o mais, vem pretendendo dar a entender
que os militares (ou, pelo menos, alguns deles, como cautelosamente se exprime)
querem eximir-se aos sacrifícios a que está sujeita a esmagadora maioria dos
seus concidadãos. O MDN poderá perceber melhor (não precisa, mas talvez desista
de dar “explicações” desse tipo…) as interrogações que essa esmagadora maioria,
entre eles, os militares, vem colocando em relação à justiça e equidade desses
sacrifícios se for estando atento às notícias. Assim, se já nos interrogávamos
sobre várias coisas (parcerias público privadas, rendas excessivas, swaps,
etc.), agora surge um ex-conselheiro (incómodo?) do Presidente da Comissão
Europeia, Dr. Durão Barroso (Público) a dizer que as ajudas a Portugal e à
Grécia serviram para resgatar os bancos alemães e franceses das enormes
dificuldades por que passavam. E isto faz-nos lembrar (outra vez a memória…) das
possibilidades que os bancos tinham/têm de ir buscar dinheiro ao BCE, a juros
baixos (agora 0,25%) e investi-lo em títulos da dívida pública, obtendo largos
proventos.
Uma nota mais, para terminar, sobre
a questão da Busca e Salvamento: o MDN não desconhece que essa missão se
encontra cometida a Portugal (que até recebe verbas para isso!) e não pode
ignorar que se nós não a conseguirmos cumprir outros virão substituir-nos. Para
alguns será, apenas, uma singela questão de Soberania. Para nós, militares, não
é singela, mas antes, sim, uma questão vital!
Cordialmente,
As Relações Públicas da
AOFA
Hoje
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