Sent: Saturday, October 26, 2013 11:00 AM
Subject: A saúde nos militares
Um artigo do DN de hoje trata da “viabilidade
económico-financeira”do pólo do Porto do Hospital das Forças Armadas.
Essa viabilidade seria à custa dos subsistemas de saúde
financiadas pelos próprios utentes!
Por outras palavras: os militares, com os seus impostos,
financiam o Sistema Nacional de Saúde que, segundo a Constituição, deve ser
tendencialmente gratuito. Mas, para terem assistência hospitalar no seu
hospital, terão que a pagar!
Porque também são eles que, por desconto específico nos
vencimentos brutos (2,5% a partir de Janeiro), financiam o seu subsistema de
saúde, a ADM! Exigem-lhes financiamento
da saúde e em duplicado!
Além da inconstitucionalidade disto tudo, estão sendo
inúmeras as queixas por dificuldade de acesso ao novo HFA, com listas de espera
de duração incógnita pois nem sequer lhes marcam data.
Para cúmulo, há também desrespeito pela Lei de Bases da
Condição Militar, que estabelece no nº 2 do seu art.º 15º: “2 -
É
garantido aos militares e suas famílias, de acordo com
as condições legalmente estabelecidas, um sistema de assistência e protecção,
abrangendo, designadamente, pensões de reforma, de sobrevivência e de preço de
sangue e subsídios de invalidez e outras formas de segurança, incluindo
assistência sanitária e apoio social.”
Isto porque ter capacidade física e mental é
vital no combate, porque não é incentivo arriscar a vida ou a ficar com sequelas
sem ter posterior assistência, porque a profissão de um militar o impede de dar
aos seus familiares a assistência que outros cidadãos podem e devem dar aos
deles, porque lhe são negados alguns direitos constitucionais dos restantes
cidadãos, etc.
Assistência na saúde é praticamente tão importante para
o militar como ter uma arma.
Por analogia, qualquer dia pretenderão exigir-lhes
também desconto específico no vencimento para “viabilidade económico-financeira”
na compra das munições que tenha de gastar em combate!!!
António José de Matos Nunes da Silva
C/Alm
Ref
7 comentários:
Parabéns aos dois :
- ao Senhor Almirante Nunes da Silva que ninguém imagina a idade dele face a tão grande lucidez e desassombro ;
- ao NRP CACINE pelo esforço em nos manter ao corrente destas (e de outras) situações semelhantes.
Como sempre é o Diário de Notícias pela pena do finíssimo jornalista Freire que trata do assunto. Para eles as Forças Armadas são uma mercearia que,ou dá lucro ou fecha. Está na moda!
Muito bem
MS
Eu como cidadão posso descontar 2,5% do meu salário para o ADM e ir a esse Hospital ?
Se sim, então concordo inteiramente com o esposto...
Se não, então porque é que eu hei-de pagar os custos do hospital ?
Se o Ricardo estiver incluido no "M" da ADM paga obrigatoriamente os 2.5% e pode ir ao tal hospital.
Se não estiver incluido....não vai !!!
De qualquer maneira comungo consigo este seu raciocinio:
Tambem me pergunto porque hei-de pagar os custos , com os meus impostos de cidadão, da Maternidade Alfredo da Costa se me é vedado o seu uso ???!!!
Caro José Manuel,
Peço desculpa pela minha ignorância, mas porque é que lhe é vedado o uso da Maternidade Alfredo da Costa? É apenas a si ou a todos nós?
Nesse caso parece-me que estamos todos em circustâncias iguais.
Já quanto ao Hospital Militar não estamos todos em circustâncias iguais: pagamos todos para apenas alguns poderem usar.
Volto à minha questão inicial:
Estou disposto a descontar 2,5% do meu ordenado para ter acesso ao seu regime, posso ? É que eu estou realmente disposto, percebe!?
Ricardo
Em relação à Maternidade Alfredo da Costa não estamos todos os cidadaos contribuintes em circunstancias iguais.O sexo se encarrega de abrir ou fechar a porta.
Deixo-lhe aqui uma sugestão para satisfazer o desejo que tão veementemente manifesta de poder ter acesso ao Hospital Militar: pode sempre enveredar pela carreira militar, paga os tais 2.5% e passa a ter acesso ao "meu" regime hospitalar...e não só!!!!
Percebe??
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