Por ter sido verificado que estas escolas não davam lucro, decidiu-se fechar o Instituto de Odivelas, que era a escola que menos prejuízo dava e que estava no lugar mais alto do ranking
Muito se tem falado e discutido sobre o Instituto de Odivelas (IO), o Colégio Militar (CM), os números, o género.
Na semana passada teve lugar a inquirição de testemunhas no âmbito da providência cautelar da APEEAIO para que o MDN retroceda no seu plano de fusão do IO e CM. Ao ouvir as testemunhas do MDN fiquei espantada com a leviandade com que o ministério tratou todo este assunto.
Uma das testemunhas, directamente ligada ao gabinete da secretária de Estado e que acompanhou todo o processo, alegou que da parte do IO o MDN não recebeu nenhuma proposta. Como?! No final de 2012, a APEEAIO apresentou pessoalmente ao Ministro da Defesa Nacional, numa reunião bilateral, um plano de sustentabilidade e viabilidade do IO, que voltou a ser discutido numa reunião no início do ano corrente com o então secretário de Estado da Defesa Nacional e em meados do ano numa reunião conjunta com a Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (AAAIO). A testemunha mencionou que só lhe foram entregues "umas quantas cópias de PowerPoint com gráficos e setas". Que ignorância! Que leviandade! Que menosprezo pelas propostas apresentadas - mas que não impede o MDN de dizer que ouviu sempre as associações.
O MDN alega que mandou elaborar estudos e mais estudos, tendo até sido criada uma comissão técnica de acompanhamento (CTA). O actual coordenador da CTA fala em "grande êxito de integração" - teremos ouvido bem? Como podem falar em grande êxito quando no CM estão 2 (duas!) alunas no 10.o ano e 5 (cinco!) no 7.o ano? Mais: quando foi perguntado ao coordenador da CTA quantas alunas havia no CM, ele não sabia. Como é possível o coordenador da CTA não saber quantas alunas estão no CM, como estão a decorrer os primeiros dias, se as obras foram feitas ou não?! Que acompanhamento é este?
O estudo liderado pelo professor Marçal Grilo foi feito abrangendo a totalidade das três escolas, sem se ter em conta as especificidades de cada uma delas. Por ter sido verificado que estas escolas não davam lucro, decidiu-se fechar o Instituto de Odivelas, que era a escola que menos prejuízo dava e que estava no lugar mais alto do ranking. Uma pergunta: qual é a escola pública que dá lucro? No entanto, graças às medidas tomadas nos últimos dois anos, o IO está à beira de atingir o break-even. Este ano, faltam-lhe somente 14 alunas para esse ponto - que teria sido excedido caso o MDN tivesse autorizado as inscrições no 5.o ano. O estado investe mas esse investimento dá frutos. Ao contrário do que acontece em muitas outras escolas públicas, em que os alunos reprovam ano após ano e nos quais o Estado gasta o triplo ou mais sem resultado, no IO as alunas aplicam-se a fundo, estudam arduamente e o resultado está à vista: este ano, 95% entraram na primeira fase de ingresso no ensino superior, 67% na primeira escolha, três alunas em Medicina.
Com tantos estudos mandados elaborar pelo MDN, não existe nenhum sobre o futuro do património. O Instituto de Odivelas funciona no Mosteiro de São Dinis, em Odivelas, do século xii (onde se encontra o túmulo do Rei Poeta), cujos custos de manutenção são inseridos nos custos da escola. A nossa pergunta é bem clara e ainda não teve resposta do MDN: o que vai acontecer ao Mosteiro de São Dinis? Há rumores que apontam interesses económicos privados. Não queremos acreditar em boatos, mas sabemos que não há fumo sem fogo.
O Instituto de Odivelas tem de continuar aberto e a funcionar no Mosteiro de São Dinis em Odivelas. As alunas continuam cada vez mais alto. Que dizer de uma escola onde três alunas foram admitidas em Medicina e a grande maioria foi para os cursos da sua primeira escolha? Cada vez mais alto!
Presidente da Direcção da
Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas
Na semana passada teve lugar a inquirição de testemunhas no âmbito da providência cautelar da APEEAIO para que o MDN retroceda no seu plano de fusão do IO e CM. Ao ouvir as testemunhas do MDN fiquei espantada com a leviandade com que o ministério tratou todo este assunto.
Uma das testemunhas, directamente ligada ao gabinete da secretária de Estado e que acompanhou todo o processo, alegou que da parte do IO o MDN não recebeu nenhuma proposta. Como?! No final de 2012, a APEEAIO apresentou pessoalmente ao Ministro da Defesa Nacional, numa reunião bilateral, um plano de sustentabilidade e viabilidade do IO, que voltou a ser discutido numa reunião no início do ano corrente com o então secretário de Estado da Defesa Nacional e em meados do ano numa reunião conjunta com a Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas (AAAIO). A testemunha mencionou que só lhe foram entregues "umas quantas cópias de PowerPoint com gráficos e setas". Que ignorância! Que leviandade! Que menosprezo pelas propostas apresentadas - mas que não impede o MDN de dizer que ouviu sempre as associações.
O MDN alega que mandou elaborar estudos e mais estudos, tendo até sido criada uma comissão técnica de acompanhamento (CTA). O actual coordenador da CTA fala em "grande êxito de integração" - teremos ouvido bem? Como podem falar em grande êxito quando no CM estão 2 (duas!) alunas no 10.o ano e 5 (cinco!) no 7.o ano? Mais: quando foi perguntado ao coordenador da CTA quantas alunas havia no CM, ele não sabia. Como é possível o coordenador da CTA não saber quantas alunas estão no CM, como estão a decorrer os primeiros dias, se as obras foram feitas ou não?! Que acompanhamento é este?
O estudo liderado pelo professor Marçal Grilo foi feito abrangendo a totalidade das três escolas, sem se ter em conta as especificidades de cada uma delas. Por ter sido verificado que estas escolas não davam lucro, decidiu-se fechar o Instituto de Odivelas, que era a escola que menos prejuízo dava e que estava no lugar mais alto do ranking. Uma pergunta: qual é a escola pública que dá lucro? No entanto, graças às medidas tomadas nos últimos dois anos, o IO está à beira de atingir o break-even. Este ano, faltam-lhe somente 14 alunas para esse ponto - que teria sido excedido caso o MDN tivesse autorizado as inscrições no 5.o ano. O estado investe mas esse investimento dá frutos. Ao contrário do que acontece em muitas outras escolas públicas, em que os alunos reprovam ano após ano e nos quais o Estado gasta o triplo ou mais sem resultado, no IO as alunas aplicam-se a fundo, estudam arduamente e o resultado está à vista: este ano, 95% entraram na primeira fase de ingresso no ensino superior, 67% na primeira escolha, três alunas em Medicina.
Com tantos estudos mandados elaborar pelo MDN, não existe nenhum sobre o futuro do património. O Instituto de Odivelas funciona no Mosteiro de São Dinis, em Odivelas, do século xii (onde se encontra o túmulo do Rei Poeta), cujos custos de manutenção são inseridos nos custos da escola. A nossa pergunta é bem clara e ainda não teve resposta do MDN: o que vai acontecer ao Mosteiro de São Dinis? Há rumores que apontam interesses económicos privados. Não queremos acreditar em boatos, mas sabemos que não há fumo sem fogo.
O Instituto de Odivelas tem de continuar aberto e a funcionar no Mosteiro de São Dinis em Odivelas. As alunas continuam cada vez mais alto. Que dizer de uma escola onde três alunas foram admitidas em Medicina e a grande maioria foi para os cursos da sua primeira escolha? Cada vez mais alto!
Presidente da Direcção da
Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas
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