FORCAS ARMADAS em Portugal
2020-2050
O VAlm Pires Neves elaborou recentemente
um artigo publicado no Jornal de Defesa e Relações Internacionais, sobre “ As
Forças Armadas e a Defesa Nacional” , muitíssimo interessante, onde defende a
necessidade de se esclarecer qual deve ser o SISTEMA DE FORÇAS PERMANENTE.
Para tal parte duma reflexão sobre as
Leis em vigor, nomeadamente o Conceito Estratégico de Segurança e Defesa
Nacional (CESDN), que condiciona o ciclo de planeamento estratégico e originou
a Lei de Defesa Nacional (LDN) e a Lei Orgânica de Bases da Organização da
Forças Armadas (LOBOFA).
Recorda
que a actuação das FFAA
desenvolve-se no respeito da Constituição e do Conceito Estratégico
Militar (CEM) que deriva do CESDN, aborda
as Missões das FA (MIFA), donde se chega ao Sistema de Forças (SF) e
termina no Dispositivo de Forças (DF).
Relativamente ao SF, Pires Neves ,
recorda que se divide numa Componente Operacional e numa Componente Fixa, mas
deixa a dúvida se no caso português tem de ser concebido numa lógica
Permanente, para “ Tempo de Crise” ou para “Tempo de Guerra”.
Termina
da seguinte maneira:
Sintetizando:
o Sistema de Forças Nacional não nasce por geração espontânea.
Resulta
de um exercício complexo de planeamento – estratégico e de forças e se
assim
não suceder, o resultado mais evidente será a entrada em disfunção do
próprio
sistema de forças existente, ou a inviabilização de um outro, diferente, mais
conforme
com o momento estratégico atual e com sua expectável evolução.
Há,
neste particular que conhecer, então, e bem, não apenas a estrutura de força
existente,
a sua dimensão, mas também a forma como a despesa e a sustentação
dos
meios e das forças vem sendo operada e conseguida. Acima de tudo, há que
conhecer
com rigor as necessidades efetivas dos ramos para funcionamento e
investimento
sustentados. No fundo, há que bem perceber como é que os diversos
planeamentos
se interligam, o estratégico e o de forças com os demais
planeamentos,
o logístico e o financeiro, ou seja, há que assegurar coerência com
os
orçamentos de funcionamento e de investimento dos próprios ramos.
E será
justamente este tipo de conhecimento estruturado e não outro que, do
nosso
ponto de vista, melhor permitirá prosseguir e sedimentar um modelo de
credibilidade,
eficiência e eficácia nas Forças Armadas Portuguesas que todos os
portugueses anseiam e, em
concreto, desejam prosseguido e concretizado
O signatário deste pequeno texto
concorda em absoluto com a reflexão do VAlm Pires Neves e com a necessidade de
se tomarem decisões tendo em conta as Leis em vigor, pois de outro modo gera-se
confusão nas Instituições Militares e viola-se um dos princípios populares
muito conhecido que diz “ Clarinho, clarinho…para militar perceber!”
Acontece que gosto mais de falar em
Capacidades Militares do que no Sistema de Forças, pois penso que o cidadão
contribuinte/eleitor deve ter uma ideia daquilo que as suas Forças Armadas ,
num tempo que é de Paz , devem ser capazes de fazer de forma imediata , nos 365 dias do ano /24
horas por dia.
Tendo em consideração as ideias-força do
recentemente aprovado CESDN, e assumindo que o CEDN , procura defender a NAÇÃO
contra faltas de alimentos, energia, recursos financeiros, limitações e
incapacidades de transportes e comunicações físicas e digitais, de dificuldades
com meios e fármacos para manter a Saúde dos Portugueses, e de faltas de
estímulos fundamentais para a mente e espírito, o CDM (Conceito de Defesa
Militar) dai decorrente deve ter em consideração os seguintes factos:
A Patria tem um território arquipélago,
com grandes distâncias entre as partes, mas muito bem dotado de portos e
aeroportos.
Resultado deste território existe um
grande espaço marítimo com 2 características totalmente diferentes;
4 % dessa área (espaço entre a linha de
costa e a batimétrica dos 800 m) tem recursos biológicos notáveis , onde a actual capacidade em Esforço de Pesca,
esgota a sua capacidade produtiva
sustentável.
96 % dessa área é um enorme volume de
agua com recursos biológicos muito limitados; embora seja um “deserto biológico
” percorrido por migradores de alto valor comercial, que sabemos estarem a ser
capturados por frotas de países longínquos , fora da nossa ZEE, tudo indica que
essa área tem previsivelmente recursos
minerais e energéticos de valor potencial muito grande, mas com uma exploracão,
vislumbrada em 2013, como muito dispendiosa e difícil, logo economicamente não
rentável nos anos mais próximos.
75 % da Nacão vive no território
arquipélago e os outros 25 % estão espalhados pelo Mundo, mas com núcleos
notáveis em África e Américas Central e do Sul. Existem também notáveis
comunidades em paises da UE politicamente estáveis e pequenas comunidades por
todo o Mundo, sujeitas eventualmente , no período em perspectiva, a acções de
apoio de emergência.
Perante estes factos o CEM deve enformar
legislação de modo a que as FA , no período 2020-2050, disponham com PRONTIDÃO
IMEDIATA , 365 dias por ANO das seguintes CAPACIDADES:
MARINHA
Capacidade Submarina com raio de acção
indetectavel ate 30 dias e autonomia para atingir em Imersao o Cabo das
Tormentas.
Capacidade de Transporte e Projecção de
Forca Anfíbia ate 3 DFE’s ( 80 homens cada) ,e 1 DAEsp, ate Cabo das Tormentas
e volta a Lisboa.
Capacidade de presença Dissuasora Oceânica
de Superfície ate ao limite da nossa ZEE, com meios adequados a um mar muitas
vezes alteroso, que permita fazer fiscalização do mar para a costa e não a
partir de portos costeiros com os chamados “fantasiosos meios” denominados “
Lanchas Rápidas”
Capacidade de manter Operacional com
meios técnicos nacionais todos os sistemas de propulsão e produção de energia,
sistemas de Controlo de Fogo e de Posicionamento e de comunicações terra-navio
e, navio-navio e navio –SS.
Capacidade de manter em território
nacional a prontidão de torpedos e assegurar contratos externos para misseis e
armamento pesado.
Capacidade de manter com prontidão a 15
dias, mais 6 DFE’s e 2 DAEsp.
Capacidade de actualizar e melhorar o
conhecimento do Mar onde navegamos em Imersao e à Superfície e divulgar esse conhecimento a quem
dele precisa.
Capacidade em avaliar os modos ,e fazer
a previsão da propagação acústica no Oceano afecto à nossa ZEE.
Capacidade em identificar no Laboratório
do Estado afecto ah Marinha, devido aos custos de haver outro com capacidades
de recolha de amostras oceânicas tutelado pelo Min: do Ambiente, por inerente
Departamento de Química, dos contaminantes considerados POLUENTES, a partir de
conhecida concentração, para a cadeia biológica que ocorre no mar.
FORCA AEREA
Capacidade de Intersecção AR/AR e
Ar/Terra-mar contra os meios muito rapidos de ataque aereo, existentes no sec
XXI.
Capacidade de operar com prontidão
imediata a partir do Continente , da Terceira e do Porto-Santo.
Capacidade de transporte Logístico com
Helicópteros entre todo o território nacional e com aviões de asa ate uma distância
idêntica à de Lisboa a Luanda.
Capacidade de detecção, identificação ,
localização e seguimento de meios aéreos no espaço aéreo de Interesse Nacional.
Capacidade de busca e salvamento em todo
o Espaço Marítimo (ZEE).
Capacidade de executar Fotogrametria a
partir de aviões, regularmente, em todo o território nacional
EXERCITO
Capacidade de dar formacão militar aos
jovens com mais de 18 anos, durante 10 meses, de modo a ser possível organizar
a Defesa Nacional para uma Luta de Guerrilha contra invasores do território
nacional.
Capacidade de Projecção de forca ate 4
Batalhões de Comandos /páraquedistas
Capacidade de manter Cartografado todo o
território nacional em todas as vertentes inerentes ah defesa nacional
(agricultura , florestas, vias de comunicação para transporte e energia , gaz
,electricidade) e de comunicações associadas à transmissão de dados
informáticos.
Capacidade de operar/ intervir nos
sistemas de Observação, Detecao e Infiltração via terrestre , seja por
movimentos físicos, seja por fluxos informáticos.
Capacidade de defender todos os Centros
de Processamento da Informação digital.
Para se concretizar as Capacidades
anteriormente descritas eh preciso haver:
3 Escolas Militares Superiores separadas
para se assegurar a SABEDORIA de saber Andar/Progredir/Operar, Disparar e
Controlar equipamentos militares, em
terra, mar( Superfície e Imersão) e no ar.
3 Escolas, separadas por Ramos,
associadas às Tecnologias e à Sabedoria para progredir em terra , no
mar(superfície e imersão)e ar , para formação de Sargentos e Praças
3 Sistemas de Saúde separados para o
pessoal do activo e suas famílias. A problemática relativa a reformados e
reservistas fora do serviço deve ser assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde
.
3 Estados Maiores dos Ramos aptos a
assegurar a Prontidão dos Meios Humanos e Materiais existentes e assegurar as
actividades inerentes ao Duplo Uso dos Ramos Militares , em Portugal no sec
XXI.
1 Estado- Maior Conjunto com Comando
Completo, para Acções de Intervenção Militar ou participação em missões
decorrentes de decisões politicas no âmbito das alianças Militares.
Fico por aqui.
Proponho que se façam as contas e saber
quantos são precisos para ter estas capacidades, e qual o investimento
sustentado que é preciso garantir. Em termos de Capacidades de Construção Naval
os Estaleiros de Viana do Castelo , juntamente com o Arsenal do Alfeite devem
passar a ser dirigidos pela Armada, como
empresa publica, através da nossa direção de Construção Naval.
Peco muita desculpa… mas queria
contribuir para a discussão das Capacidades Militares e assumir que dispor de
FORCAS ARMADAS, que juram Bandeira como nós o fazemos…não é ter EMPRESAS
PUBLICAS com ACTIVIDADES DE RISCO QUE PODEM PROVOCAR A MORTE.
José Luís Gonçalves Cardoso
CAlm ref
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