Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor do nosso jardim,
e não dizemos nada.
Na segunda noite já não se escondem.
Pisam as flores, matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles
entra ,sósinho,em nossa casa
rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada
*suicidou-se , aos 37 anos , envergonhado , triste e submisso
2 comentários:
No Brasil, a tomada do Estado pelo partido oficial nos obriga a refletir sobre esta antiga poesia. Lutemos ao menos para manter a voz na garganta.
Concordo integralmente com Almir Polycarpo. A cada dia, cada vez mais, pisam nossas flores, matam nosso cão, e permanecemos silentes. Incapases de manisfestar nossa indignação. Isto é preocupante.
Enviar um comentário