segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ÁS ARMAS


Militares decidiram avançar com protesto em frente ao Ministério das Finanças
A concentração começará no Rossio, em Lisboa, de onde partiram os manifestantes rumo ao Terreiro do Paço, em frente ao Ministério das Finanças.A moção foi aprovada tendo em consideração, entre outros pontos, que está em curso "um violento ataque às condições de vida dos portugueses e por consequência dos militares e suas famílias".A concentração no Rossio foi ainda marcada tendo em conta "a redução das remunerações, aliada aos cortes dos subsídios de férias e de Natal e ao aumento generalizado dos impostos", que está a "atirar muitos" militares para "o limiar da impossibilidade de cumprir com os compromissos financeiros assumidos".Pesaram ainda na decisão dos militares de efectuarem este protesto o facto de haver uma "campanha pública que visa denegrir a imagem dos militares e das Forças Armadas a coberto de alegadas irregularidades cometidas relativamente a remunerações e progressões nas carreiras.A concentração servirá ainda para alertar que os militares "não aceitam a descaracterização das Forças Armadas" e a "degradação" da assistência médica da classe sob a capa de uma "suposta reforma do sector".Cortes vão afectar futuro das Forças ArmadasOs militares criticam os "cortes cegos" que estão a ser feitos com intuitos "unicamente economicistas" e "sem ter em conta o que é a carreira militar e o seu estatuto". Segundo os dirigentes associativos, as medidas de austeridade propostas pelo Governo vão afectar o funcionamento, a dignidade e o futuro das Forças Armadas. Como nem todos os militares couberam no auditório do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), Lima Coelho, deslocou-se ao exterior do edifício para comunicar aos restantes participantes no encontro que as três associações (Sargentos, oficiais das Forças Armadas e Praças) vão apresentar uma "proposta de consenso" de luta e protesto contra tais medidas desde a redução de efectivos à suspensão do subsídio de férias e de Natal, passando pelo congelamento das carreiras, cortes na assistência social e outros direitos dos militares. Ao intervir, no auditório, Lima Coelho salientou que os militares "não aceitarão ser parte integrante da Comissão Liquidatária das Forças Armadas", criticando os "cortes cegos" que estão a ser feitos com intuitos "unicamente economicistas" e "sem ter em conta o que é a carreira militar e o seu estatuto". O "inalienável direito à progressão na carreira" foi outro dos pontos da intervenção de Lima Coelho que, à semelhança de outros dirigentes associativos, criticou a campanha em curso de sectores políticos para "denegrir a imagem dos militares junto dos cidadãos". Criticou ainda uma política que visa "descaracterizar as Forças Armadas". "É necessário e urgente lutarmos e discutirmos acções e propostas", disse o presidente da ANS, pedindo "firmeza" e "confiança" na defesa dos direitos dos militares. As imposições feitas pela troika no sentido de redução de militares em 10% até 2014 e da redução de vencimentos foram críticas feitas nas intervenções de Pereira Cracel, presidente da associação de Oficiais das Forças Armadas, e de Luís Reis, presidente da Associação de Praças, tendo o primeiro criticado ainda a sistemática "suborçamentação" das Forças Armadas, observando que a instituição tem que ser "respeitada" e que os militares "não são descartáveis". Pereira Cracel questionou a legitimidade para serem "estrangeiros a darem ordens ao Estado português numa vertente da soberania" que são as Forças Armadas e apontou a intenção de "desarticular" e "descaracterizar" a instituição. "Não se admite uma situação destas", disse Manuel Pereira Cracel, enquanto Luís Reis alertou para a "degradação gradual da condição" de vida e de trabalho dos militares, com reflexos na família, observando aqueles que tentam denegrir as Forças Armadas depois de terem colocado o país numa "situação calamitosa" e "à beira do abismo". No final do encontro, e após discutirem a proposta de consenso, cujo conteúdo não quiserem revelar, os dirigentes associativos prometem anunciar publicamente as acções de luta a adoptar pelos militares.Costa Pereira

1 comentário:

1677/78 disse...

Apesar de já ter levado baixa à alguns anos, o juramento é feito perante a Bandeira e tem validade para todo o sempre, logo em caso de necessidade o meu grito será PRESENTE.