A Associação
dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) exigiu hoje "esclarecimentos
urgentes" sobre o envolvimento de uma força de fuzileiros na operação em
Odemira, que culminou com a
apreensão de três toneladas de haxixe, nove detenções e num morto.
Em comunicado, a APG/GNR
refere que "a constatar-se que houve participação do Destacamento de Ações
Especiais da Marinha (DAE) neste incidente, exige
esclarecimentos urgentes
sobre esta situação que, ao que tudo indica é ilegal e, como tal,
inaceitável".
Durante uma conferência de
imprensa realizada esta tarde, em que a Polícia Judiciária (PJ) explicou os
contornos da operação "Lacerta Lepida", desencadeada na
zona de Odemira, na Costa
Alentejana, o comandante Nobre de Sousa, da Marinha Portuguesa, confirmou a
participação de uma força de fuzileiros e de meios
navais na operação liderada
pela PJ.
"A APG/GNR considera
profundamente estranha a forma como aparentemente terá decorrido esta operação,
envolvendo elementos da Marinha de Guerra que,
constitucionalmente está
adstrita a funções de defesa nacional, não lhe cabendo em território nacional
missões de combate ao crime ou outras intrinsecamente de
segurança pública, excetuando
os casos previstos na lei fundamental", lê-se na nota.
A APG diz que, tendo em conta
as consequências das limitações a que tem estado sujeito o serviço marítimo da
GNR, por falta de afetação de verba para
investimento e para a regular
manutenção dos equipamentos, "poder-se-á colocar a questão se não se
estará já a ceder a alguns 'apetites' que,
inconstitucionalmente, tem
vindo a público erguer a voz para reclamar funções de segurança pública para a
Marinha de Guerra".
O comunicado salienta que a
"falta de vocação da Marinha para gerir as atividades que se desenvolvem
no mar territorial português, como a pesca ou mesmo para
controlar o tráfico de estupefacientes é uma
evidência".
O que se passou?????
O que se passou?????
GNR e ´fuzas ´ quase aos tiros na operação do Rio Mira Manuel
Carlos Freire
A GNR e a PJ
apoiada por fuzileiros da Marinha, desconheciam que ambas tinham efetivos
prestes a intervir na operação noturna de combate à droga realizada em
Odemira no fim-de-semana, o que poderia ter resultado num banho de
sangue entre forças amigas, garantiram ao DN fontes envolvidas no caso.
Segundo várias fontes devidamente identificadas, a GNR de Sines
(com informações obtidas localmente) pediu reforços a Lisboa na sexta-feira,
por suspeitar de que
algo iria ocorrer na zona - e, nessa noite, o seu posto de radar no
Cabo Sardão detetou uma lancha-voadora a dirigir-se para a costa.
Nesta ação morreu um alegado traficante espanhol (atingido pela
hélice de um motor, que quase lhe amputou uma perna), foram detidas nove
pessoas (seis
portugueses e três espanhóis) e apreendidas três toneladas de
haxixe.
A Guarda confirmou oficialmente ao DN que preparou o seu dispositivo
operacional, reunindo e concentrando meios humanos e materiais significativos,
para fazer
face a um desembarque de droga numa área da sua competência e
responsabilidade territorial Cercada0l. 00de sábado, ao abordar uma viatura
aparentemente
suspeita verificou-se que era conduzida por um inspetor da P1, sendo
a GNR surpreendida com uma operação em curso da Judiciária e com apoio de meios
da
Marinha de Guerra, dos Fuzileiros e de uma aeronave da Força Aérea
No terreno, quando a GNR detetou outra lancha (uma das duas usadas
pelos fuzileiros, pois a primeira tinha encalhado) a subir o rio Mira,
desconhecia que era
ocupada pelos militares e sem qualquer agente de autoridade
(leia-se da PJ a bordo, frisaram as fontes.
Note-se que, segundo a Policia Judiciária, os tiros disparados
foram feitos para o ar e pelo dispositivo policial formulação vaga que não
exclui disparos feitos pelos
militares.
O certo é que se evitou um banho de sangue caso militares da GNR,
por um lado, e fuzileiros e agentes da PJ, do outro, começassem aos tiros
durante a noite,
sustentaram várias fontes com experiência em operações daquela
natureza.
Fora das fases de planeamento, execução e coordenação da operação
Lacerda Lépida , a GNR acabaria por ser chamada pela PJ na fase final (aquando
das
interceções e para bloqueios de estradas) assim como a Polícia
Marítima, que recolheu as lanchas encalhadas no lodo para manter a segurança do
teatro das
operações e a vigilância do material apreendido.
Fontes policiais garantiram que a operação Lacerda Lépida foi
planeada para ocorrer no alto-mar (águas internacionais). o que justificou o
pedido de colaboração da
Marinha e da Força Aérea: São as entidades com competência e os
meios para este tipo de operações de tráfico marítimo internacional, frisou uma
das fontes ao
DN.
5 comentários:
Acho graça à etiqueta
Foi o que deu em colocá-los a conduzir embarcações de fiscalização. Já se julgam melhores que a Marinha de Guerra. "Coitados".
O que custa nisto tudo é, e até agora, a Marinha não ter tomado uma posição sobre a ofensa feita á nossa instituição por um sindicalista da GNR.
Fernando Boaventura
SAJ A. REF
Mas alguém , acima do (inexplicável) sindicato da Guarda é responsável por estas coisas, ou não será assim???
Pelo que vi na TV, explicado por um Inspector creio que da PJ, houve uma operação conjunta com a Marinha, ou com os Fuzileiros, programada já há meses.
Olhem, confesso que não sei explicar , mas também não percebo nada
z~e luis
Perdoai a minha ignorância.Os tempos
não vão para gastos,nem tão pouco pa_
ra"desavenças"entre "Espelhos" da Na_
ção.Poque é que não temos uma Guarda
Costeira,como têm a maioria dos ou_
tros países.Não seria a solução óbvia
composta por pessoal treinado e equi_
pado para situações como esta?.
CN
Perdoai a minha ignorância.Os tempos
não vão para gastos,nem tão pouco pa_
ra"desavenças"entre "Espelhos" da Na_
ção.Poque é que não temos uma Guarda
Costeira,como têm a maioria dos ou_
tros países.Não seria a solução óbvia
composta por pessoal treinado e equi_
pado para situações como esta?.
CN
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