O general Pina Monteiro é o principal candidato à nomeação para representante militar português junto da NATO, mesmo depois de o chefe de gabinete de Severiano Teixeira ter andado em movimentações para ocupar o lugar. O general Rodrigues Viana terá visto mesmo o ministro da Defesa mexer alguns cordelinhos nesse sentido.
Severiano quererá dar-lhe um 'prémio'.
Segundo fontes militares ouvidas pelo DN nas últimas semanas, o próprio ministro abordou o caso com o chefe do Estado--Maior do Exército, pois Rodrigues Viana teria de ser promovido primeiro - ultrapassando quase uma dezena de oficiais mais antigos ou, em alternativa, com a maioria deles a ser promovida - a general de três estrelas.
"O ministro da Defesa tem de lhe dar um prémio", observou uma fonte, numa altura em que já começaram a ser publicados os louvores dados por Nuno Severiano Teixeira a membros do seu gabinete. "Nenhuma decisão oficial está tomada, mas é praticamente certo que o escolhido vai ser Pina Monteiro", sublinhou outro oficial, um dos três a dizer que Rodrigues Viana "já está fora da corrida".
Portugal tem de dar à NATO, nos próximos dias, o nome do sucessor do actual MILREP, vice-almirante Lima Bacelar, que cessa funções no fim do ano. Olhando para o calendário, esta saída praticamente coincide com o fim da actividade do actual Governo - uma aparentemente feliz conjugação astral para Rodrigues Viana, cuja ida para o estrangeiro o afastaria do meio onde criou grandes anticorpos.
Porém, a escolha final é do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Valença Pinto - e é conhecida a pouca simpatia existente entre este chefe militar e Rodrigues Viana, apontado até há meses como um homem ligado ao actual comandante do Exército (que, em 1995, o indicou para chefe de gabinete do então ministro Luís Amado, via Jaime Gama, assegurou uma das fontes). Acresce que Pina Monteiro, actual comandante operacional do Exército, foi durante anos chefe de gabinete do CEMGFA.
Por outro lado, "não há vagas para promoções a três estrelas" no Exército, tendo a última ocorrido "há mais de um ano", frisaram várias fontes, lembrando que só a recente passagem à reserva do Inspector-Geral do ramo abriu uma, insuficiente para dar já a terceira estrela a Rodrigues Viana (que, há quase três anos, recusou ser director-geral de Política de Defesa Nacional).
As queixas relativas a Rodrigues Viana, comuns a oficiais generais dos três ramos militares, são várias. A primeira é inevitável e decorre do próprio exercício de um cargo difícil. Depois, a forma centralizadora como geriu um gabinete - num Ministério repleto de dossiers complexos e decisões para tomar - donde se ausentava quase sempre que Severiano Teixeira ia a algum lado; por fim, ao "meter na gaveta" papéis, pareceres e pedidos, até urgentes, que exigiam a decisão do ministro.
Esta acusação foi repetida há dias por um oficial superior, ao recordar o episódio em que o ministro "pediu informações" ao chefe de um dos ramos sobre um assunto que depois se confirmou já ter sido enviado há muito para o Ministério. Há ainda, nalguns círculos militares, o desencanto com as diferenças entre o que Rodrigues Viana (antigo professor de Estratégia) defendeu para a reforma das Forças Armadas, como assessor do então Presidente Jorge Sampaio - que o elogiou, até por escrito - e as leis que acabaram por ser aprovadas pelo Governo.
Segundo fontes militares ouvidas pelo DN nas últimas semanas, o próprio ministro abordou o caso com o chefe do Estado--Maior do Exército, pois Rodrigues Viana teria de ser promovido primeiro - ultrapassando quase uma dezena de oficiais mais antigos ou, em alternativa, com a maioria deles a ser promovida - a general de três estrelas.
"O ministro da Defesa tem de lhe dar um prémio", observou uma fonte, numa altura em que já começaram a ser publicados os louvores dados por Nuno Severiano Teixeira a membros do seu gabinete. "Nenhuma decisão oficial está tomada, mas é praticamente certo que o escolhido vai ser Pina Monteiro", sublinhou outro oficial, um dos três a dizer que Rodrigues Viana "já está fora da corrida".
Portugal tem de dar à NATO, nos próximos dias, o nome do sucessor do actual MILREP, vice-almirante Lima Bacelar, que cessa funções no fim do ano. Olhando para o calendário, esta saída praticamente coincide com o fim da actividade do actual Governo - uma aparentemente feliz conjugação astral para Rodrigues Viana, cuja ida para o estrangeiro o afastaria do meio onde criou grandes anticorpos.
Porém, a escolha final é do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Valença Pinto - e é conhecida a pouca simpatia existente entre este chefe militar e Rodrigues Viana, apontado até há meses como um homem ligado ao actual comandante do Exército (que, em 1995, o indicou para chefe de gabinete do então ministro Luís Amado, via Jaime Gama, assegurou uma das fontes). Acresce que Pina Monteiro, actual comandante operacional do Exército, foi durante anos chefe de gabinete do CEMGFA.
Por outro lado, "não há vagas para promoções a três estrelas" no Exército, tendo a última ocorrido "há mais de um ano", frisaram várias fontes, lembrando que só a recente passagem à reserva do Inspector-Geral do ramo abriu uma, insuficiente para dar já a terceira estrela a Rodrigues Viana (que, há quase três anos, recusou ser director-geral de Política de Defesa Nacional).
As queixas relativas a Rodrigues Viana, comuns a oficiais generais dos três ramos militares, são várias. A primeira é inevitável e decorre do próprio exercício de um cargo difícil. Depois, a forma centralizadora como geriu um gabinete - num Ministério repleto de dossiers complexos e decisões para tomar - donde se ausentava quase sempre que Severiano Teixeira ia a algum lado; por fim, ao "meter na gaveta" papéis, pareceres e pedidos, até urgentes, que exigiam a decisão do ministro.
Esta acusação foi repetida há dias por um oficial superior, ao recordar o episódio em que o ministro "pediu informações" ao chefe de um dos ramos sobre um assunto que depois se confirmou já ter sido enviado há muito para o Ministério. Há ainda, nalguns círculos militares, o desencanto com as diferenças entre o que Rodrigues Viana (antigo professor de Estratégia) defendeu para a reforma das Forças Armadas, como assessor do então Presidente Jorge Sampaio - que o elogiou, até por escrito - e as leis que acabaram por ser aprovadas pelo Governo.
M.C.Freire
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