Património do Estado abandonado na Apúlia
2009-10-20
Manuel Moreira no JN
“A Pátria honrai que a Pátria vos contempla”. Nos anos cinquenta do século passado foi instalada nas terras mais férteis do concelho de Esposende, uma unidade militar que na época era pomposamente denominada “Estação Rádio Goniométrica Aero Naval de Apúlia”. Dividida por três parcelas.
Para a sua implantação foram tomados em favor do Estado cerca de 14 hectares de terra arável da melhor qualidade, centenas de pequenas parcelas de terreno, algumas o único património de muitos habitantes de Apúlia. Foram distribuídos pelos seus donos legítimos alguns míseros tostões… Caladinhos. - A Bem da Nação. Situemo-nos (1947/1950)
Quando os proprietários dos terrenos vizinhos não utilizados na área expropriada, volvidos alguns anos, necessitaram de construir casas ou anexos, muros ou poços, esbarraram na Lei da Servidão Militar que viria ampliar as preocupações desta gente.
Depois de funcionar cerca de cinquenta anos a Estação Rádio Naval de Apúlia, depois denominada Almirante Ramos Pereira, foi progressivamente desguarnecida e deixada ao abandono a partir de 2001.
Desde então: - Vários governantes de diversos coloridos políticos, ao tomar posse, vão prometendo exercer e dignificar as funções que lhes são confiadas; altos dignitários civis e militares juram “defender a Pátria e as suas instituições”e, outros eleitos se “esvaziam” …
Esta situação foi já abordada por uma senhora deputada na Assembleia da República em 2006, salvo erro. Sem resposta plausível.
Na parcela edificada existem muitos edifícios de alto valor arquitectónico com fachadas em granito lavrado em cantaria e que estão sufocados por densa vegetação; as residências literalmente afogadas em silvados que sobem aos telhados; os antigos jardins, as veredas, os espaços desportivos e de lazer, já ninguém sabe onde existiram; a piscina é um viveiro de animais anfíbios; o aquartelamento, o refeitório, as messes, as garagens com as portas abertas; restos de mobiliário e arquivos pelo chão; arruamentos, pavimentos e muros dos edifícios atapetados de silvas. Animais deixados morrer à míngua…
Através dessas instalações drenam as águas pluviais da área situada a nascente da estação radionaval (Criaz – Apúlia). Acresce a inexistente limpeza das bermas da Estrada Nacional nº 13 que canalizam aquelas águas. A obstrução das condutas subterrâneas vai, aqui e além, provocando grandes erupções e inundando a maior parte dos terrenos de cultivo, do lado poente da área edificada.
Continua entretanto vigente e actualizada a Lei da Servidão Militar, (Decreto nº 19/2002 de 27 de Maio), que continua a condicionar o licenciamento de obras. Daí as perguntas seguintes:
Se são tão importantes as infra-estruturas que justificam esta Lei que espartilha e divide Apúlia, porque não acautela este desleixo que faz corar qualquer cidadão que se preze?
Como se sentirão os marinheiros que lá escoaram alguns dos melhores dias das suas vidas?
Porque se anunciam grandes empreendimentos neste país, ao mesmo tempo se deixa deslizar para a ruína o património do Estado tão valioso, edificado há apenas seis décadas?
Novos investimentos… E os que já não são novos, cuja manutenção custaria apenas “trocos” comparados com aqueles?
Este nosso Portugal é tão rico de bens que possa dar-se a estes “luxos”?
Nós: - Os proprietários expropriados; os cidadãos contribuintes; os vizinhos afectados pela Lei da Servidão Militar; os ex-marinheiros da Armada; a gente briosa de Apúlia que ainda tem vergonha na cara… Nós, gostaríamos de saber.
Para a sua implantação foram tomados em favor do Estado cerca de 14 hectares de terra arável da melhor qualidade, centenas de pequenas parcelas de terreno, algumas o único património de muitos habitantes de Apúlia. Foram distribuídos pelos seus donos legítimos alguns míseros tostões… Caladinhos. - A Bem da Nação. Situemo-nos (1947/1950)
Quando os proprietários dos terrenos vizinhos não utilizados na área expropriada, volvidos alguns anos, necessitaram de construir casas ou anexos, muros ou poços, esbarraram na Lei da Servidão Militar que viria ampliar as preocupações desta gente.
Depois de funcionar cerca de cinquenta anos a Estação Rádio Naval de Apúlia, depois denominada Almirante Ramos Pereira, foi progressivamente desguarnecida e deixada ao abandono a partir de 2001.
Desde então: - Vários governantes de diversos coloridos políticos, ao tomar posse, vão prometendo exercer e dignificar as funções que lhes são confiadas; altos dignitários civis e militares juram “defender a Pátria e as suas instituições”e, outros eleitos se “esvaziam” …
Esta situação foi já abordada por uma senhora deputada na Assembleia da República em 2006, salvo erro. Sem resposta plausível.
Na parcela edificada existem muitos edifícios de alto valor arquitectónico com fachadas em granito lavrado em cantaria e que estão sufocados por densa vegetação; as residências literalmente afogadas em silvados que sobem aos telhados; os antigos jardins, as veredas, os espaços desportivos e de lazer, já ninguém sabe onde existiram; a piscina é um viveiro de animais anfíbios; o aquartelamento, o refeitório, as messes, as garagens com as portas abertas; restos de mobiliário e arquivos pelo chão; arruamentos, pavimentos e muros dos edifícios atapetados de silvas. Animais deixados morrer à míngua…
Através dessas instalações drenam as águas pluviais da área situada a nascente da estação radionaval (Criaz – Apúlia). Acresce a inexistente limpeza das bermas da Estrada Nacional nº 13 que canalizam aquelas águas. A obstrução das condutas subterrâneas vai, aqui e além, provocando grandes erupções e inundando a maior parte dos terrenos de cultivo, do lado poente da área edificada.
Continua entretanto vigente e actualizada a Lei da Servidão Militar, (Decreto nº 19/2002 de 27 de Maio), que continua a condicionar o licenciamento de obras. Daí as perguntas seguintes:
Se são tão importantes as infra-estruturas que justificam esta Lei que espartilha e divide Apúlia, porque não acautela este desleixo que faz corar qualquer cidadão que se preze?
Como se sentirão os marinheiros que lá escoaram alguns dos melhores dias das suas vidas?
Porque se anunciam grandes empreendimentos neste país, ao mesmo tempo se deixa deslizar para a ruína o património do Estado tão valioso, edificado há apenas seis décadas?
Novos investimentos… E os que já não são novos, cuja manutenção custaria apenas “trocos” comparados com aqueles?
Este nosso Portugal é tão rico de bens que possa dar-se a estes “luxos”?
Nós: - Os proprietários expropriados; os cidadãos contribuintes; os vizinhos afectados pela Lei da Servidão Militar; os ex-marinheiros da Armada; a gente briosa de Apúlia que ainda tem vergonha na cara… Nós, gostaríamos de saber.
Nota: Porque é que a Marinha não aproveita este magnifico espaço , como faz a Royal Navy ?
1 comentário:
Acho graça``a etiqueta
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