1782 Criação da Real Companhia de Guarda marinhas
"Até 1761, não existia um sistema
regularizado para recrutamento dos oficiais da Armada Real
Portuguesa. Estes eram oriundos de várias proveniências e incluíam nobres que se alistavam
voluntariamente, mestres e pilotos da Armada promovidos a oficiais, antigos
oficiais do Exército e antigos oficiais da marinha mercante.
Para regularizar o recrutamento e a formação dos oficiais da Armada, pelo
Decreto de 2 de julho de 1761,
foi criada a classe dos guardas-marinhas, composta por 24 jovens que receberiam
instrução prática a bordo dos navios de guerra. O recrutamento e as condições
de serviço dos guardas-marinhas eram equivalentes às dos cadetes das tropas de terra, mas tinham uma graduação
equiparada à de alferes de infantaria. Os guarda-marinhas
tinham assim que ser de origem nobre ou filhos de oficiais militares de patente
superior à de sargento-mor.
Aparentemente, não foi então criado nenhum corpo militar que enquadrasse os
guardas-marinhas.
Em 1762, foram providos mais 18
guardas-marinhas destinados a servirem nos navios de guerra que protegiam as
costas e o comércio marítimo da cidade do Porto. Estes guardas-marinhas deveriam residir e ter a
sua formação no Porto.
O nível de formação prática e teórica, bem como o aproveitamento dos
guardas-marinhas ficou, no entanto, aquém do que seria esperado e, em 1774, a classe foi abolida. A formação para
oficiais a bordo dos navios de guerra passou a ser dada a rapazes com idades
entre os 12 e os 16 anos designados "voluntários exercitantes". Se obtivessem
aproveitamentos, os voluntários exercitantes poderiam passar a sargentos de mar
e guerra e daí a tenentes do mar.
Por Decreto de 14 de dezembro de
1782, no entanto, a classe dos
guarda-marinhas foi restaurada nos moldes de 1761. Desta vez, existiriam 48
guardas marinhas que ficariam enquadrados na Companhia dos Guardas-Marinhas. A
formação teórica dos guardas-marinhas seria realizada na Academia
Real de Marinha.
Em 1788, a Companhia dos Guardas-Marinhas
foi reorganizada e aumentada passando a ser constituída por 60 guardas-marinhas
e 24 aspirantes
guardas-marinhas. Com a criação da Academia Real dos
Guardas-Marinhas, em 1796, a Companhia
dos Guardas-Marinhas é nela integrada, passando a constituir o seu corpo de
alunos.
Em 1807, a Companhia dos Guarda-Marinhas
embarca na nau Conde Dom Henrique, acompanhando a transferência
da corte portuguesa para o Brasil. Chegada ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro, onde também passa a funcionar a
Academia dos Guardas Marinhas.
Com a independência do Brasil em 1822, a Companhia dos Guardas-Marinhas
divide-se em duas, uma portuguesa e outra brasileira. Os membros da companhia
que não adoptaram a nacionalidade brasileira regressam a Portugal em 1825.
Em 1845, a Academia Real dos
Guardas-Marinhas de Portugal passa a designar-se "Escola Naval" mantendo-se a
Companhia dos Guardas-Marinhas como seu corpo de alunos. Em 1887, a Companhia dos Guardas-Marinhas passou a
designar-se "Corpo de Alunos da Escola Naval".
F:Wikipedia
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2 comentários:
Vocês no Cacine não devem ter o Porto em grande consideração , então não é que a 1ª aula de navegação existente em Portugal Continental não vos merece qualquer comentário espaecial ?!
Referem a criação de uma Academia que , para além de não ter qualquer forma de ensino institucionalizado , veio a fechar por falta de aproveitamento e empenho dos candidatos e omitem que a Aula do Porto , a funcionar desde os finais de 1764 , formou centenas de pilotos e foi considerada ( no decreto que extinguiu a Academia )meritória e como tal devendo continuar a funcionar. Caso não se recordem a Aula começou a funcionar no Seminário dos Meninos Órfãos no Convento da Graça e deu origem à Politécnica do Porto sendo o 1º estabelecimento de ensino científico da cidade . Como não se pode ter tudo na vida parece que o 1ª Lente da Aula , o Cap. Ten Rodrigues dos Santos , não era tripeiro .
Um abraço
Muito obrigado , Senhor Comandante E.G pela sábia adenda,sempre oportuna
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