domingo, 13 de fevereiro de 2011

14 de FEVEREIRO



1782 Criação da Real Companhia de Guarda marinhas

"Até 1761, não existia um sistema regularizado para recrutamento dos oficiais da Armada Real Portuguesa. Estes eram oriundos de várias proveniências e incluíam nobres que se alistavam voluntariamente, mestres e pilotos da Armada promovidos a oficiais, antigos oficiais do Exército e antigos oficiais da marinha mercante. Para regularizar o recrutamento e a formação dos oficiais da Armada, pelo Decreto de 2 de julho de 1761, foi criada a classe dos guardas-marinhas, composta por 24 jovens que receberiam instrução prática a bordo dos navios de guerra. O recrutamento e as condições de serviço dos guardas-marinhas eram equivalentes às dos cadetes das tropas de terra, mas tinham uma graduação equiparada à de alferes de infantaria. Os guarda-marinhas tinham assim que ser de origem nobre ou filhos de oficiais militares de patente superior à de sargento-mor. Aparentemente, não foi então criado nenhum corpo militar que enquadrasse os guardas-marinhas.
Em 1762, foram providos mais 18 guardas-marinhas destinados a servirem nos navios de guerra que protegiam as costas e o comércio marítimo da cidade do Porto. Estes guardas-marinhas deveriam residir e ter a sua formação no Porto.
O nível de formação prática e teórica, bem como o aproveitamento dos guardas-marinhas ficou, no entanto, aquém do que seria esperado e, em 1774, a classe foi abolida. A formação para oficiais a bordo dos navios de guerra passou a ser dada a rapazes com idades entre os 12 e os 16 anos designados "voluntários exercitantes". Se obtivessem aproveitamentos, os voluntários exercitantes poderiam passar a sargentos de mar e guerra e daí a tenentes do mar.
Por Decreto de 14 de dezembro de 1782, no entanto, a classe dos guarda-marinhas foi restaurada nos moldes de 1761. Desta vez, existiriam 48 guardas marinhas que ficariam enquadrados na Companhia dos Guardas-Marinhas. A formação teórica dos guardas-marinhas seria realizada na Academia Real de Marinha.
Em 1788, a Companhia dos Guardas-Marinhas foi reorganizada e aumentada passando a ser constituída por 60 guardas-marinhas e 24 aspirantes guardas-marinhas. Com a criação da Academia Real dos Guardas-Marinhas, em 1796, a Companhia dos Guardas-Marinhas é nela integrada, passando a constituir o seu corpo de alunos.
Em 1807, a Companhia dos Guarda-Marinhas embarca na nau Conde Dom Henrique, acompanhando a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Chegada ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro, onde também passa a funcionar a Academia dos Guardas Marinhas.
Com a independência do Brasil em 1822, a Companhia dos Guardas-Marinhas divide-se em duas, uma portuguesa e outra brasileira. Os membros da companhia que não adoptaram a nacionalidade brasileira regressam a Portugal em 1825.
Em 1845, a Academia Real dos Guardas-Marinhas de Portugal passa a designar-se "Escola Naval" mantendo-se a Companhia dos Guardas-Marinhas como seu corpo de alunos. Em 1887, a Companhia dos Guardas-Marinhas passou a designar-se "Corpo de Alunos da Escola Naval".

F:Wikipedia

2 comentários:

Anónimo disse...

Vocês no Cacine não devem ter o Porto em grande consideração , então não é que a 1ª aula de navegação existente em Portugal Continental não vos merece qualquer comentário espaecial ?!
Referem a criação de uma Academia que , para além de não ter qualquer forma de ensino institucionalizado , veio a fechar por falta de aproveitamento e empenho dos candidatos e omitem que a Aula do Porto , a funcionar desde os finais de 1764 , formou centenas de pilotos e foi considerada ( no decreto que extinguiu a Academia )meritória e como tal devendo continuar a funcionar. Caso não se recordem a Aula começou a funcionar no Seminário dos Meninos Órfãos no Convento da Graça e deu origem à Politécnica do Porto sendo o 1º estabelecimento de ensino científico da cidade . Como não se pode ter tudo na vida parece que o 1ª Lente da Aula , o Cap. Ten Rodrigues dos Santos , não era tripeiro .
Um abraço

Manel disse...

Muito obrigado , Senhor Comandante E.G pela sábia adenda,sempre oportuna