segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ÁS ARMAS


Domingo, Outubro 20, 2013


Risco de Explosão


Eu não uso o telemóvel em bombas de gasolina. Até hoje ainda não consegui perceber exactamente porque é que não posso, e não sou o único, porque vejo pessoas que entram na bomba e continuam a falar ao telemóvel.

Porque é que é proibido? Porque um dia uns especialistas deram uma explicação impossível de perceber envolvendo gases e ondas electromagnéticas, e que concluía que havia risco de explosão. As empresas gasolineiras não querem explosões nas suas bombas de gasolina, por isso decretaram a proibição; as pessoas de bom-senso não querem explodir, por isso acatam a proibição, mesmo que não consigam perceber exactamente o motivo.

Quando se fala em internato misto no Colégio Militar, à partida não parece haver problema algum. "É certo que se trata de adolescentes, mas desde que sejam adequadamente supervisionados, não haverá qualquer problema", dizem as pessoas. "Há campos de férias mistos, acampamentos mistos nos Escoteiros, internatos mistos em Inglaterra, etc. Porque é que o Colégio Militar há-de ser diferente?"

Se há tema em que os Antigos Alunos do Colégio Militar são especialistas, esse tema é o Colégio Militar. E os especialistas sabem que há "risco de explosão", e que nenhuma supervisão será a adequada, muito menos num contexto de degradação do internato masculino com a entrada de alunos internos para o 10⁰ ano, e num contexto de corte de custos. E se os especialistas explicarem, é natural que não sejam compreendidos, porque há situações que só as compreende quem passa por elas.

As pessoas da comissão que propôs esta solução podem perceber alguma coisa de educação, mas não percebem grande coisa de adolescentes, e não percebem nada do Colégio Militar.

O Ministro da Defesa Nacional, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, quer internato misto no Colégio Militar, porque diz que "valoriza a Instituição". Vamos a isso! No dia em que houver uma "explosão", para além do(s) menor(es) autor(es) e do Director, espero ver no banco dos réus o Dr. José Pedro Aguiar-Branco, na sua qualidade de responsável pela decisão da criação do internato misto. E se o edifício do internato feminino ficar "às moscas" por não haver pais interessados em colocar lá as suas filhas, espero ver o Dr. José Pedro Aguiar-Branco no banco dos réus por ter ordenado uma despesa inútil de milhões de euros.

Para evitar despesismo e "explosões", é importante que todas as pessoas responsáveis chamem à atenção para este problema, tal como tem feito a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar. O País não pode gastar milhões de euros a construir um edifício e a criar uma situação de risco só porque o Dr. José Pedro Aguiar-Branco meteu na cabeça que tem que ser assim e quer vencer um "braço de ferro" que ele próprio criou e alimenta.

Se o Ministro da Defesa Nacional quer uma solução para este problema, essa solução tem que ser encontrada no quadro de uma solução global, em diálogo com as Associações de Antigos(as) Alunos(as) e as Associações de Pais e Encarregados de Educação do Colégio Militar e do Instituto de Odivelas.

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