sábado, 17 de dezembro de 2011

INDIA


At the time of the invasion of Portuguese India by the Armed Forces of the Indian Union in 18 December 1961, the NRP boat Antares found himself based in Daman, Vega in the NRP and the NRP Sirius Diu Goa. The launch Vega went into battle with Vampire fighter-bombers of the Indian Air Force, he tried to make an attack on the cruiser INS Delhi Diu that bombing, and sunk with the death of their commander, Lt. Oliveira e Carmo, and two sailors . The Sirius boat was sunk by own crew to not fall into the enemy. The boat Antares managed to escape the Indian squad, coming to Pakistan and then being transported to Portugal.

Bharat Rakshak
Consortium of Indian Defence Websites


Opinião de um Camarada presente , em carta à revista Visão


 Eu sou o Cap.m.g. (Ref.) Mário Jorge Santiago Baptista Coelho e era o Oficial de Comunicações do N.R.P. Afonso de Albuquerque no dia 18 de Dezembro de 1961.
 
    Li com muita atenção o nº 14 da Visão História de Dezembro de 2011, com o titulo de "A Queda da Índia Portuguesa" e apesar de pequenos detalhes que não se terão passado exactamente como descritos, mas que não merecem grande relevância, apreciei o que li e no conjunto considero  como um bom documento informativo.
 
    Isto com excepção da caixa que está na página 29 com o titulo " A incrível história da Sírius" que considero uma nódoa na revista por ser pura desinformação.
 
    O Senhor Marques da Silva que na altura era 2º Tenente e comandante do N.R.P. Sírius tinha as mesmas directivas e ordens que as outras duas lanchas dentro do desastroso plano Sentinela. Dos objectivos deste plano, pode-se depreender que a obrigação de cada um seria de evitar ser aprisionado e de destruir o seu equipamento, mas depois de dar combate e ser derrotado
 
    Ora o que se passou com o N.R.P. Sírius foi que não deu combate nenhum, a peça Oerlinkon nunca foi desencapada, ao primeiro tiro que ouviu (muito antes do N.R.P. Afonso de Albuquerque ter cessado o combate e encalhado de acordo com o Plano Sentinela) o Senhor Marques da Silva encalhou a sua lancha nas pedras junto ao cais de Dona Paula onde estava atracado, meteu-se num bote com a sua guarnição e enfiou-se num navio mercante grego.
 
    Quando o Senhor Marques da Silva chegou a Lisboa contou às autoridades da Armada os seus feitos heróicos e não se contentando com as suas histórias, descreveu a acção do N.R.P. Afonso de Albuquerque de forma extremamente negativa.  Com a chegada a Lisboa em Maio de 1962 do restante pessoal da Armada que tinha estado preso, foi levantado um auto no qual se verificaram as contradições do Senhor Marques da Silva e de que resultou a sua expulsão da Armada.
 
    Recentemente com a publicação de um pasquim intitulado "N.R.P. Sírius" o Senhor Marques da Silva    transforma-se num herói perseguido pela PIDE, isto é, fazendo crer que a sua acção representava uma atitude anti-fascista, como aliás já vi mencionado recentemente num jornal que não me recordo qual.
 
    Aliás nesta tentativa recente de se criar  um novo herói, é estranho que nas páginas 69 e 70 do mesmo nº 14 da Visão História, em fotografias de senhoras  apenas se refira  o nome de Fernanda Pedroso viúva do 1º Tenente Pedroso de AN que era oficial do N.R.P. Afonso de Albuquerque e Mãe de Maria Flor Pedroso que talvez por mera coincidência escreveu o prefácio do livro "N.R.P. Sírius"
 
    Pouco interessa 50 ano passados estarmos com acusações e novas histórias, decidi-me a escrever esta linhas para que de futuro a Visão que é uma revista que aprecio tenha um pouco mais de cuidado em assuntos sensíveis como este. Podem pensar que a Armada sempre foi formada por indivíduos tontos, mas tem que admitir que quando a Armada expulsa um oficial tem as suas razões que foram devidamente ponderadas
 
Melhores cumprimentos
 
Mário Baptista Coelho
Cap.m.g. (Ref.)
 
 

6 comentários:

Anónimo disse...

Corajosa carta e atitude

LGF

Anónimo disse...

Po.... É preciso tê-los, como diz o outro

Anónimo disse...

Caro Comandante Mário Baptista Coelho,

Sou filha de Victor Marques Pedroso, que não sei se conheceu pessoalmente. Não há qualquer coincidência no facto de ter escrito o prefácio do livro "Sirius". Fiz mais, publiquei as cartas que o pai escreveu para a mãe do Campo de Concentração de Pondá. E isto porquê? O meu pai, conhecendo apenas superficialmente o Comandante Marques da Silva (eram de cursos e idades diferentes), sabendo da situação dele na Marinha, moveu influências familiares para lhe arranjar trabalho. No caso, numa empresa do tio-avô onde Marques da Silva trabalhou durante 7 anos. Não creio que o tivesse feito se tivesse a mesma opinião que o Senhor Comandante expressa. Honrei, por isso, a memória do meu pai falecido prematuramente em 69. Quanto ao facto de, apenas o nome da minha mãe constar na revista Visão que refere, é uma questão que poderá colocar à minha colega Rosa Ruela que efectivamente falou com a minha mãe sobre o quotidiano da vida em Goa. Cumprimentos, Maria Flor Pedroso

Manel disse...

É interessante para a CACINE ter aqui como visitante e comentarista uma das melhores jornalistas Portuguesas e das poucas que merece grande credibilidade.
Bemvinda, minha Senhora

Orlando Leitão (ex-Cmdt Albatroz) disse...

Diz o Cap.m.g. (Ref.) Mário Jorge Santiago Baptista Coelho: /.../ a obrigação de cada um seria de evitar ser aprisionado e de destruir o seu equipamento, mas depois de dar combate e ser derrotado /.../
Que comentário(s) fará acerca do 2ºTEN Brito e Abreu (comandante da Antares em Diu) que também não combateu e escapou com o navio para o Paquistão?

Anónimo disse...

No que toca aos eventos da Sirius, tive a confirmação da veracidade do relato do Comandante Mário Baptista Coelho por quem também esteve no local e presenciou a (falta de) ação de Marques da Silva, tendo testemunhado por escrito o que se passou à Armada no inicio dos anos 60.