Fico com saudades , Zé Megre, daquele grande abraço que sempre dávamos quando o destino queria que nos encontrássemos , para lembrar os tempos antigos e , sobretudo , talvez mesmo mais que tudo , aquelas chanas imensas do leste de Angola , onde , lado a lado e de arma na mão e medo na cara , cumpríamos o dever de portugueses.
Lembro , com orgulho e sem qualquer vergonha , o copo que erguíamos depois do medo passar , o cigarro que fumávamos depois da sombra se apagar , e o estender da mão em despedida breve até o já tão próximo encontro.
Tu fazias-me uma continência quase a gozar e dizias "adeus marujo". Eu já nem me lembro o que respondia , mas faço-o agora.
Até sempre , Zé.
2 comentários:
MPM: associo-me a este teu texto de homenagem ao Zé Megre.
Por circunstâncias que não foram militares nem automobilísticas, fomos amigos durante mais de trinta anos. Era um homem com curiosidade por tudo e sempre com uma enorme vontade de ouvir e de saber mais sobre as coisas. Mesmo sobre a hipótese de fazer navegação astronómica no deserto, nos tempos em que não havia o GPS.
Foi um grande homem!
fantastico
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