quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

LOUD and CLEAR

O Chefe de Estado-Maior da Armada considerou hoje que deve haver uma "visão de cooperação" na utilização dos recursos e que espera que "o decisor político tenha o bom senso de saber aplicar esses recursos da melhor maneira em pessoal e material".
O almirante Melo Gomes falava no decurso de um almoço da Revista Segurança e Defesa, respondendo a uma pergunta sobre o "aparente desperdício de recursos" nos meios de vigilância costeira.
Em virtude da nova lei de segurança interna, a GNR está incumbida também dessa missão, para a qual deverá adquirir as respectivas lanchas. Ao mesmo tempo, a Marinha realiza essa tarefa, com a qual conta com a colaboração da Polícia Judiciária.
Segundo o CEMA, "nunca viu guardas costeiras que não trabalhem estreitamente com a Marinha". E adiantou: "pode legislar-se sobre tudo, mas se as pessoas estão convencidas de que não há maneira de potenciar recursos, não vale a pena. O que existe é e escasso e tem de ser rentabilizado".
A questão havia sido levantada pelo general Loureiro dos Santos, que fez igualmente menção ao "desperdício de recursos" nas Forças Armadas, nomeadamente no que toca ao combate aos incêndios. Apesar dos meios dos três ramos, foi fundada uma empresa e adquiridos helicópteros para esse fim. A importância do mar
Falando sobre as necessidades da Marinha e a importância do mar para Portugal, o CEMA referiu ainda que o país tem a 11ª zona económica exclusiva maior do mundo, sendo que 53% do comércio da União Europeia passa por águas portuguesas.
Relativamente a Portugal, 60% do comércio externo e 70% das importações chegam por via marítima; 200 navios de média e grande dimensão passam diariamente pelas águas portuguesas.
A economia marítima é responsável por 11% do PIB, 12% do emprego, 17% dos impostos indirectos e 90% das receitas de turismo em Portugal.
O almirante referiu ainda que, para que a Marinha cumpra "eficazmente a sua missão" "é imperioso proceder à assinatura do contrato de aquisição de novas lanchas costeiras" (as actuais oito têm entre 36 e 40 anos de serviço), bem como ultimar os dois navios de patrulha oceânica (em fase de construção) e avançar com a construção de mais seis. Atlântico Sul
Melo Gomes também considerou pertinente a criação de um sistema de segurança do Atlântico Sul e a participação de Portugal nesse sistema, tendo em conta os interesses estratégicos portugueses na área.
O almirante adiantou que é da Nigéria, por exemplo, que Portugal importa 21% do petróleo que consome, e cerca de 50% do gás.

2 comentários:

Anónimo disse...

O CEMA ainda te louva , sem saber quem és

CS disse...

Vai uma aposta de que o "Anónimo" anterior usa botão de âncora?...