quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CPLP


Mais do mesmo" significa para os presentes na reunião de Santa Maria, na ilha cabo-verdiana do Sal, a manutenção da cooperação técnico-militar tradicional: exercícios conjuntos, formação e cooperação institucional.
"Para fazer mais com menos" sustenta-se na criação de centros de excelência para formação de formadores em Luanda (Força Aérea e Operações Especiais), Maputo (Fuzileiros) e Cidade da Praia (Polícia Militar) e na escolha de um responsável para presidir o Centro de Análise Estratégica (CAE).
A racionalização dos custos, disse o porta-voz da 13.ª reunião dos ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o tenente-coronel cabo-verdiano Pedro Brito, é a palavra de ordem, em que a mensagem de solidariedade para com a Guiné-Bissau surge também como reflexo da crise.
Segundo Pedro Brito, também diretor de Política de Defesa do ministério homónimo de Cabo Verde, o pedido de ajuda financeira da Guiné-Bissau, para cobrir as despesas de reforma da Defesa e da Segurança não tiveram qualquer correspondência concreta na reunião.
A "forte mensagem política" que a CPLP pretendia dar, deu-a, mas sem qualquer Estado avançar com ajuda para o fundo de pensões (são necessários 63 milhões de dólares), limitando-se, todos, a reiterar a continuação de esforços internacionais para que outros Estados e organizações contribuam.
"Tem de se pôr cobro ao círculo vicioso que empata a reforma: não há reforma sem ajuda e sem ajuda não há reforma" - a frase foi unânime e repetida pelos sete ministros (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe) e um secretário de Estado (Timor-Leste) presentes na reunião de Santa Maria.
Sobre a cooperação militar entre os "Oito", são muitas as recomendações, mas o essencial, apesar de preservado - mantém-se a periodicidade anual dos exercícios Felino -, acabou por ser adiado para "uma fase posterior", sem data anunciada, tal como a criação do Centro de Saúde Militar.
É o caso do CAE, o centro que tem estado na origem do reivindicado "excelente nível de cooperação" existente na área da Defesa, que, criado há vários anos em Maputo, só agora deverá ser assumido como elemento estratégico nas relações entre os "Oito".
A única candidatura ao cargo foi apresentada por Portugal, mas os ministros decidiram "prorrogar o prazo" até 31 de janeiro de 2012, para que outros países possam, se assim o entenderem, concorrerem à chefia do CAE.
Os oito titulares da pasta da Defesa da CPLP decidiram marcar a 14.ª reunião para novembro de 2012 na Guiné-Bissau, onde decorrerão, também, os próximos exercícios militares conjuntos integrados no Programa Felino.
Outra questão que ficou definitivamente adiada foi a possibilidade de criação de uma força de manutenção de paz conjunta, com todos a seguirem as teses brasileira - melhorar, primeiro, e ao longo de vários anos, a eficiência e eficácia dos exercícios - e portuguesa - caminhar, progressivamente, para a assistência militar de cariz humanitário.

Nota:O que nasce torto dificilmente se endireita




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