quarta-feira, 25 de junho de 2014

ASSIM É QUE SE POUPA!!!!!

"Durante os próximos três anos o Hospital das Forças Armadas (HFAR) vai estar em obras que custarão, estima o Governo, 22,4 milhões de euros mais IVA. Até lá, os militares continuarão a ser atendidos em instalações provisórias.
De acordo com uma Resolução do Conselho de Ministros publicada na terça-feira no "Diário da República", até 2016 será construído um novo edifício (no terreno de uma antiga camarata demolida em fevereiro) onde será instalado o bloco operatório uma área de internamento, a farmácia e a unidade de hemodiálise. Será ainda reabilitada a messe, os serviços administrativos e as redes elétrica, de água, esgotos e gases. Mas há mais.
Serão também transferidos os serviços de saúde mental, o centro de epidemiologia e de medicina no trabalho, ampliado o parque de estacionamento dos utentes, a área do serviço de internamento e construída uma central de resíduos. Nestas obras, o Governo pensa gastar 17,8 milhões de euros, mais IVA. Mas as obras não ficam por aqui.
Em fevereiro foi lançado o concurso para a remodelação do edifício H03, com o objetivo de aumentar a capacidade de internamento nos pisos 1 e 2 no valor de 1.120.000 euros. Foi igualmente publicado no "Diário da República" dois despachos assinados pelo ministro da Defesa nos quais Aguiar-Branco autoriza mais 1.145.000 euros de despesa: 545 mil para a remodelação do edifício H07 destinado, essencialmente, à instalação de gabinetes médicos, comissões hospitalares e prestação de cuidados em ambulatório, e 600 mil para a remodelação do edifício H04 destinado às consultas externas.
No mês passado, foi adjudicado por ajuste direto a ampliação do serviço de fisiatria que custará aos cofres do Estado 183.134,11 euros (IVA incluído). Pelo contrato, a empresa Rehbrema - Building, Rehabilitation and Maintenance, tem 60 dias para dar a obra por concluída.
Em novembro de 2013 foi lançado o concurso público para a construção das futuras instalações do Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica constituído por um piso aéreo com 850 metros quadrados e uma cave semienterrada com cerca de 300 metros quadrados. Por esta obra do Campus da Saúde Militar, localizado no mesmo terreno do Hospital das Forças Armadas, o Governo está disposto a pagar 1,5 milhões de euros. Já a transferência da câmara hiperbárica que estava instalada no Hospital da Marinha para as novas instalações custará 700 mil euros.
Há cerca de um ano, à margem da inauguração oficial do serviço de urgência do HFAR, Aguiar-Branco calculou o custo da instalação completa do hospital em 16 milhões de euros. O assessor de imprensa do ministro da Defesa disse agora ao Expresso que esta estimativa não levou em consideração as obras de instalação no Campus da Saúde Militar de "várias outras valências que não apenas o HFAR, como sempre foi referido".
Não há condições
A criação do Hospital das Forças Armadas resulta da fusão dos quatro hospitais militares existentes em Lisboa (Hospital da Marinha, Hospital Militar Principal, Hospital Militar de Belém e Hospital da Força Aérea). O projeto de concentração dos hospitais dos três ramos numa única estrutura, que o governo liderado pelo socialista José Sócrates não conseguiu concretizar, foi retomado pelo atual Executivo.
Nos últimos meses, a imprensa foi noticiando as dificuldades sentidas pelos militares no ativo e reformados, ex-combatentes, familiares e elementos das forças de segurança para marcar uma consulta e as más condições das instalações provisórias, com o atendimento em oito especialidades a ser feito em contentores.
O processo de fusão, oficialmente concluído de maio (o HFAR está na dependência do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas) não foi esquecido pelo Presidente da República que por duas vezes, alertou para a situação da saúde militar.
"A preservação da capacidade operacional requer recursos materiais e humanos adequados à manutenção de níveis de treino e operação das forças. A Saúde Militar assume-se aqui como um instrumento indispensável do Sistema de Forças Nacional, para assegurar a sua operacionalidade, aumentar a confiança, o moral, o rendimento, a autoestima e o bem-estar das tropas", afirmou Cavaco Silva em Belém na tomada de posse do próprio general Pina Monteiro a 7 de fevereiro.
"Pela sua importância e pelos reflexos na coesão, no moral e na disciplina, é legítima a expectativa dos militares quanto ao processo de instalação do Hospital das Forças Armadas e, também, quanto ao resultado do trabalho conjunto, entre os Chefes Militares e a tutela, em relação à proposta de revisão do seu Estatuto", disse o comandante supremo de todos os militares, a 10 de Junho, na Guarda.
Para além do chefe de Estado, também a Associação dos Oficiais das Forças Armadas tem criticado fortemente o processo de fusão, acusando o Ministério da Defesa de ter sido mantida à margem do processo.
O Coronel Pereira Cracel sublinha a falta de condições para a prestação dos serviços de saúde, quer para médicos e enfermeiros, quer para os utentes que "perderam a confiança e deixaram de ir ao hospital".
"O objetivo do ministro da Defesa é cortar na despesa e se fosse necessário até mandava fechar o hospital", afirma Pereira Cracel esperançado de que o investimento nas infraestruturas "possa transformar o hospital numa unidade onde os cuidados de saúde sejam prestados com alguma dignidade"
expresso


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