Eu sabia que queria fazer filmes. Agora sei que há outros que querem que eu faça filmes"
Salaviza chegou, viu e venceu. Mas está a "relativizar" a Palma de Ouro para a curta "Arena".
No topo do mundo, sim, "mas a relativizar", dizia-nos João Salaviza minutos depois de ter recebido a Palma de Ouro da curta-metragem, e de ter ouvido do cineasta John Boorman, presidente do júri das curtas, que "Arena" anuncia a "emergência de um talento cinematográfico". Deve ser difícil relativizar ouvindo isso. Mas foi o que fez desde que aterrou de pára-quedas, como descreveu, na Croisette. Relativizou o "glamour", pôs-se à procura de filmes, assistiu à "master class" dos irmãos Dardenne, de quem é fã. E, "sem falsas modéstias", considerava que "Arena" nem era coisa para a Palma de Ouro.
Chegou a Cannes, com 25 anos e duas curtas como obra (embora o anterior "Duas Pessoas" para ele não faça figura de curta inaugural), viu filmes e venceu. E ontem falou ao mundo, do Palais des Festivals. "Mas a relativizar", porque de cada vez que vê "Arena" diz que só vê o que não está no filme. Aliás, sábado, dia em que as curtas em competição tiveram as suas sessões para a imprensa, confessava que já estava no processo de despedida de "Arena". Já o tinha visto tantas vezes, já não sabia se gostava se não gostava... Cannes gostou, como antes o IndieLisboa que também lhe deu um prémio, destes 15 minutos sobre o quotidiano de um jovem em prisão domiciliária num bairro social de Lisboa. Entre o documento da realidade e o espectáculo da sensualidade dos corpos e do espaço, eis "Arena".
E eis João Salaviza: está ainda a acabar uma cadeira, no Conservatório de Lisboa, de Psicologia e Cinema. O curso estava incompleto, questões de equivalências, por causa de um protocolo que o fez, em 2006, continuar os estudos na escola de cinema de Buenos Aires, Argentina, uma "decisão de vida" que o pôs em contacto com o novo cinema argentino - gente como Pablo Trapero, Lucrecia Martel ou Lisandro Allonso - e como o entusiasmo dos argentinos pela sua cinematografia. Coisa que, já reparou, não acontece em Portugal ("Os filmes portugueses estão condenados a serem descobertas dos festivais internacionais. Provavelmente é o que me vai acontecer também", dizia-nos sábado).
Salaviza chegou, viu e venceu. Mas está a "relativizar" a Palma de Ouro para a curta "Arena".
No topo do mundo, sim, "mas a relativizar", dizia-nos João Salaviza minutos depois de ter recebido a Palma de Ouro da curta-metragem, e de ter ouvido do cineasta John Boorman, presidente do júri das curtas, que "Arena" anuncia a "emergência de um talento cinematográfico". Deve ser difícil relativizar ouvindo isso. Mas foi o que fez desde que aterrou de pára-quedas, como descreveu, na Croisette. Relativizou o "glamour", pôs-se à procura de filmes, assistiu à "master class" dos irmãos Dardenne, de quem é fã. E, "sem falsas modéstias", considerava que "Arena" nem era coisa para a Palma de Ouro.
Chegou a Cannes, com 25 anos e duas curtas como obra (embora o anterior "Duas Pessoas" para ele não faça figura de curta inaugural), viu filmes e venceu. E ontem falou ao mundo, do Palais des Festivals. "Mas a relativizar", porque de cada vez que vê "Arena" diz que só vê o que não está no filme. Aliás, sábado, dia em que as curtas em competição tiveram as suas sessões para a imprensa, confessava que já estava no processo de despedida de "Arena". Já o tinha visto tantas vezes, já não sabia se gostava se não gostava... Cannes gostou, como antes o IndieLisboa que também lhe deu um prémio, destes 15 minutos sobre o quotidiano de um jovem em prisão domiciliária num bairro social de Lisboa. Entre o documento da realidade e o espectáculo da sensualidade dos corpos e do espaço, eis "Arena".
E eis João Salaviza: está ainda a acabar uma cadeira, no Conservatório de Lisboa, de Psicologia e Cinema. O curso estava incompleto, questões de equivalências, por causa de um protocolo que o fez, em 2006, continuar os estudos na escola de cinema de Buenos Aires, Argentina, uma "decisão de vida" que o pôs em contacto com o novo cinema argentino - gente como Pablo Trapero, Lucrecia Martel ou Lisandro Allonso - e como o entusiasmo dos argentinos pela sua cinematografia. Coisa que, já reparou, não acontece em Portugal ("Os filmes portugueses estão condenados a serem descobertas dos festivais internacionais. Provavelmente é o que me vai acontecer também", dizia-nos sábado).
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