Que
bonito que foi o nosso desfile! Bom, estou ainda com as pernas a tremer! Mas
foi lindo de morrer o NOSSO DESFILE . Ao longo da minha vida assisti a tantos
eventos destes que nem sou capaz de me lembrar quantos. O de N. Y. por
exemplo, foi, embora com mais barcos que aqui, Tall Ships ( ai se o meu marido
me apanha a dizer estrangeirices!!!) Veleiros Grandes em Lisboa foram 49 e em
N.Y foram muito mais, além disso contaram com a Pinta e Niña, com a presença do
Príncipe Filipe de Espanha , mas o desfile deles não foi, nem de longe, tão
bonito quanto o nosso. O de Quebec foi muito emocionante porque entre os
navios apareceram canoas de Índios, a protestar, e os comandantes suaram as
estopinhas para não os afundarem. O de Amesterdão foi talvez o mais animado
de todos a que até hoje assisti e o de Bremhaven foi muito organizado e
lindo....Mas nada que ver com o nosso de hoje. O nosso estuário é
absolutamente ideal para um evento destes. O vento proporcionou , mesmo aos
grandes veleiros , navegarem à bolina, e o facto de não terem imposto regras,
permitiu que a frota de iates acompanhantes se misturasse com os grandes
veleiros sem aquela paranóia que aconteceu em 92 em que a polícia Marítima
entrou forte, a esbravejar, e claro, cortou a graça ao desfile. Sendo a
Sagres o navio anfitrião foi-lhe dada a dianteira. Parabéns ao Comte Sardinha
que mandou içar o pano todo, incluíndo os sobres, o que foi uma temeridade , mas
que resultou de uma beleza ímpar. O Sebastian El Cano que a seguiu, não
querendo ficar atrás, fez o mesmo e antes da zona do quebra - mastros , viu-se
grego para conseguir ferrar pano. Nós estávamos mesmo ao lado deles e foi muito
impressionante, com rajadas de 30 nós, ver os moços lá no alto das vergas a
lutar com pano que insistia em lhes fugir das mãos e que os fustigava sem
remorços. Receei muito que algum viesse parar cá abaixo. Se eu ainda estou de
pernas a termrer imagino esses gageiros. A bordo do navio Polaco as coisas
íam dando para o torto. Inclinou-se tanto, que eu dei logo ínicio a uma
novena!!! Vi um dos iates acompanhantes rasgar uma vela, vi muitos quase a
fazer da quilha portaló . A bordo do Madrugada levei os três netos mais
novos que quase íam voando com o vento. Tinha também uns amigos , ele almirante
de Cadiz , e que desde aí velejou chegando ontem , com o veleiro dele
absolutamente batido pelo vento. No Espichel acabou por perder duas velas devido
à violência da nortada. Mas estas minhas visitas espanholas não pouparam elogios
a tudo o que hoje no Tejo viram. A imponência destes grandes veleiros,
especialmente quando vistos de bordo de um iate, ou seja, olhados de quase do
nível do mar, é de tirar a respiração. São de uma grandeza que nos esmaga.
Foi um dia fenomenal no nosso Tejo , foi um evento de que muito nos podemos
orgulhar. O nosso povo compareceu em peso o que por certo deu muita alegria
a quem do rio os osbservou. Parabéns a todos os organizadores. E embora
eu tenha adorada cada minuto, dou graças a Deus por já estar em casa, quase a ir
para uma cama que não balança, numa casa onde quase não oiço os uivos do vento.
Coitados dos garotos que vão passar a noite na demanda de Sagres, depois a
velejar todo o restante dia para só na madrugada seguinte chegarem a Cadiz.
Votos de Bons Ventos e mar chão. Voltem
sempre.
Não resistimos , com a devida vénia, a transcrever a excelente, mas sintética , crónica que a Ex.ma Sra D. Cristina Malhão Pereira publicou hoje no Facebook.
Acompanhando de muito perto as manobras dos Tall Ships, consegue dar esta excelente panorâmica
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3 comentários:
Bela crónica, sem duvida
Esta Senhora sabe mesmo do assunto.Penso seja a esposa do Sr. Comandante malhão, com que estive na Guiné
zé pedro
Gostei de ler esta reportagem, quase ao vivo. Parabéns
zé luis
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