domingo, 9 de janeiro de 2011

JUST TO KNOW


         A VERSÃO DE MANUEL ALEGRE, EM 1995 (in “Guerra de África (…)” de José Freire Antunes (Extractos).
“ (…) De facto (o comandante militar de Angola) mandou-me, sob prisão militar, de regresso a Lisboa, onde estive com residência fixa. Cheguei a Lisboa em Dezembro de 1963. Mais tarde, em Maio de 1964, fui informado de que iria ser preso e enviado para Angola, para ser julgado em tribunal militar. (…) passei á clandestinidade.”
“(…) Fui convidado para trabalhar na Rádio Argel e acabei por lá ficar. Quem dirigiu primeiro a rádio foi o Tito de Morais e depois passei a ser eu, durante dez anos, de 1964 a 1974. Entrevistei muita gente, e praticamente todos os líderes dos movimentos de libertação.”
“(…) A Argélia teve um grande papel no que respeita às ex-colónias portuguesas, porque a maior parte dos seus dirigentes, os primeiros quadros foi ali que receberam instrução militar, nomeadamente o Samora Machel.

        VERSÃO  DE  MANUEL  ALEGRE,  EM MARÇO 2010
(in DN -27-3-2010)
“Eu não sou desertor, nem nunca fui. Eu estive na guerra; estive em Mafra, nos Açores e Angola. Sou até dos candidatos presidenciais o único que entrou em combate. Depois estive envolvido numa conspiração em Angola, pela qual fui preso e passado á disponibilidade (1). Fui-me embora para não ser preso pela PIDE por razões políticas.
“Eu não tenho juízo moral nenhum sobre aqueles que desertaram, até porque, naquela altura, muita  gente achava legítimo fazê-lo. Mas eu não desertei e não quis desertar; quis viver a experiência da guerra e vivi a situação de combate no pior momento da guerra em Angola, que foi em 1962-63, com as minas a rebentar em Nambuangongo e Quipedro, que era a capital da guerra. E não me arrependo dessa experiência (…)”.            

1 comentário:

Anónimo disse...

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades".

Fernando Boaventura