A VERSÃO DE MANUEL
ALEGRE, EM 1995 (in “Guerra de África (…)”
de José Freire
Antunes (Extractos).
“ (…) De facto (o comandante
militar de Angola) mandou-me, sob prisão militar, de regresso a Lisboa, onde
estive com residência fixa. Cheguei a Lisboa em Dezembro de 1963. Ma is tarde, em Ma io
de 1964, fui informado de que iria ser preso e enviado para Angola, para ser
julgado em tribunal militar. (…) passei á clandestinidade.”
“(…) Fui convidado para
trabalhar na Rádio Argel e acabei por lá ficar. Quem dirigiu primeiro a rádio
foi o Tito de Morais e depois passei a ser eu, durante dez anos, de 1964 a 1974. Entrevistei
muita gente, e praticamente todos os líderes dos movimentos de libertação.”
“(…) A Argélia teve um grande
papel no que respeita às ex-colónias portuguesas, porque a maior parte dos seus
dirigentes, os primeiros quadros foi ali que receberam instrução militar,
nomeadamente o Samora Ma chel.
VERSÃO DE MANUEL ALEGRE, EM MARÇO 2010
(in DN
-27-3-2010)
“Eu não sou desertor, nem nunca
fui. Eu estive na guerra; estive em Ma fra,
nos Açores e Angola. Sou até dos candidatos presidenciais o único que entrou em
combate. Depois estive envolvido numa conspiração em Angola, pela qual fui
preso e passado á disponibilidade (1).
Fui-me embora para não ser preso pela PIDE por razões políticas.
“Eu não tenho juízo moral
nenhum sobre aqueles que desertaram, até porque, naquela altura, muita gente achava legítimo fazê-lo. Ma s eu não desertei e não quis desertar; quis viver
a experiência da guerra e vivi a situação de combate no pior momento da guerra
em Angola, que foi em 1962-63, com as minas a rebentar em Nambuangongo e Quipedro ,
que era a capital da guerra. E não me arrependo dessa experiência (…)”.
1 comentário:
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades".
Fernando Boaventura
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