sábado, 18 de janeiro de 2014

IMPORTANTÍSSIMO

"As nossas abelhas estão a morrer por falta de alimentação e, portanto, não produzem mel e não procedem à polinização de árvores, arbustos, legumes e flores. Tudo por culpa da invasão fatal das enormes vespas chinesas que fazem das nossas abelhas o seu principal alimento.
O método de ataque da vespa chinesa (Vespavelutina nigotorax) é simples, traiçoeiro, parasitário e eficaz: esperam junto das colmeias que as abelhas cheguem carregadas de pólen, capturam-nas, cortam-lhes a cabeça, as patas e o ferrão e transportam-nas para os seus próprios ninhos que constroem no topo das árvores. Aí, comem-nas. Aterrorizadas as abelhas não saem das colmeias e acabam por morrer de fome.
Como o investigador zootécnico da Universidade de Trás-os-Montes, Paulo Russo, explicou há meses no DN, sem a polinização realizada pelas abelhas, “as frutas seriam as primeiras a desaparecer. No caso das amêndoas, elas desapareceriam quase por completo, enquanto as maçãs e os pêssegos veriam uma redução na casa dos oitenta por cento. Citrinos como a laranja, o limão e a tangerina teriam uma redução de produção para menos de metade. Os frutos exóticos desapareceriam, as peras passariam a ser um produto de luxo. Depois, nas hortícolas, a extinção seria quase total. Sobreviveriam os cereais, cuja maior parte da polinização é feita pelo vento. Os legumes, esses, estavam condenados”.
Um cenário de extinção das nossas abelhas alteraria toda a cadeia alimentar pois o desaparecimento das frutas, dos legumes e das flores silvestres liquidaria aves e herbívoros. Consequentemente, os carnívoros não teriam o que caçar e o homem perderia a maior parte dos seus recursos alimentares.” Albert Einstein bem tinha avisado: “Quatro anos depois de se extinguirem as abelhas, extingue-se a humanidade.” As nossas abelhas não estão a lutar apenas pela sua sobrevivência. Estão também a lutar pela nossa.
Dentro de dez anos, a vespa chinesa terá colonizado todo o nosso País e aniquilado a sua biodiversidade, tornando-o desértico e irreconhecível e criando a maior crise alimentar de sempre (mais de setenta por cento dos produtos frutícolas e hortícolas que a humanidade consome precisam das abelhas para o processo de polinização).
Já nos anos 90, tinha desembarcado na Europa um ácaro asiático, a varroa, que tem infligido uma altíssima mortalidade às nossas abelhas. O novo invasor ameaça acabar com o que resta delas… As abelhas da Ásia desenvolveram ao longo dos séculos capacidades de resistência e de luta contra estas vespas, mas as nossas precisarão de décadas para o conseguir e, se não forem muito ajudadas de formas inteligentes e eficazes, não terão possibilidades de sobreviver o tempo necessário para aprenderem a defender-se e resistir a estes mortais invasores."


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