domingo, 13 de janeiro de 2013

INENARRÁVEL


O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, foi agraciado nesta segunda-feira com a medalha militar da Cruz de S. Jorge, de primeira classe, imposta pelo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, em "reconhecimento pelos serviços prestados que em muito contribuíram para a eficiência e cumprimento das Forças Armadas Portuguesas na Madeira".
A distinção, anunciada a 28 de Dezembro, foi entregue na cerimónia pública que empossou o major-general Marco Paulino Serronha como comandante operacional da Madeira. Ao acto assistiram o representante da República, Irineu Barreto, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Miguel Mendonça, o bispo do Funchal, António Carrilho, responsáveis pelos três ramos das Forças Armadas e forças de segurança no arquipélago.
Nos elogios a Jardim, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, general Esteves de Araújo, disse nutrir pelo governante madeirense "respeito e admiração", reconhecendo-lhe "carisma", "patriotismo", "prestígio", "pragmatismo". É um "verdadeiro líder, homem de honra e de uma só palavra", sublinhou o genera,l que relevou a postura do presidente do executivo madeirense em matéria de cooperação institucional com os três ramos das Forças Armadas.
A medalha militar da Cruz de S. Jorge foi criada em 22 de Dezembro de 2000. Destina-se a galardoar os militares e civis, nacionais ou estrangeiros que, no âmbito técnico-profissional, revelem elevada competência, extraordinário desempenho e relevantes qualidades pessoais, contribuindo significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).
No final de Novembro, ao deixar o cargo de comandante-chefe das Forças Armadas na Madeira, o major-general Tiago Vasconcelos elogiou o "enorme surto desenvolvimentista não apenas económico, mas também social, cultural, político e cívico" registado na região nas últimas três décadas, o que "tem permitido à maior parte dos madeirenses serem felizes na sua terra". Um feito que, entre outros factores e actores, "tem um rosto" - o de Jardim - cuja "qualidade de liderança" o general enalteceu, fazendo votos para que o presidente possa continuar a servir a Madeira e Portugal por muitos e bons anos com a sua "inteligência e vastíssima experiência".
Os elogios de Vasconcelos, na altura louvado por Jardim, foram duramente criticados por partidos de oposição, que, lembrando a grave situação financeira e sócio-económica da região, recomendaram ao general uma postura mais moderada, de acordo com a isenção e reserva exigidas aos militares face o poder político. Recordaram também a posição de Jardim que, nos finais da década de 70, invectivando contra a instituição militar, proclamou: “Os militares já não são o que eram. Os militares efeminaram-se.” A afirmação valeu-lhe um “correctivo” por parte do comandante do Regimento de Infantaria da Madeira, coronel Carlos Lacerda.

Nota: O CEMGFA passou-se????



4 comentários:

Anónimo disse...

Se fosse militar e tivesse sido condecorado com a mesma medalha era quase certo que a devolveria pois não queria estar associado a tal personagem. Já me basta ter de pagar impostos para os golpes do senhor

Anónimo disse...

Vergonha.
Como militar REF. sinto vergonha pela atribuição da medalha.
O CEMGFA não se passou. Baixou-se!
Fernando Boaventura

Manuel Leonardo disse...

Quiz fazer um comentario e so hoje possivelmente entrara mas esta no face book pois pensava que por qualquer motivo nao podia entrar Eu somente pergunto ? quem e' que ja sente com Honor as medalhas que ainda usa ao peito ? A que pontos estao a chegar as Chefias de Portugal que ainda nao esqueceram um vinte cinco de Abril que nunca desejaram ?Todos os dias vejo a Bandeira do ainda Meu Portugal cada vez mais negra .
Manuel Joaquim Leonardo Peniche Vancouver Canada
fielamigodepeniche.blogspot.com

Manel disse...





Com a devida vénia a opinião do Sr. Comandante Luís Costa Correia, no seu blog.:

Jardim condecorado com uma medalha militar... (Ponto de vista de Luís Costa Correia)
Jardim condecorado com uma medalha militar...



Segundo o Decreto -Lei n.º 316/2002, de 27 de Dezembro, as medalhas privativas do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General e dos ramos das Forças Armadas destinam-se a galardoar os militares

e civis, nacionais ou estrangeiros, que, no âmbito técnico-profissional, revelem elevada competência, extraordinário desempenho e relevantes qualidades pessoais, contribuindo significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou do respectivo ramo.


É de realçar, desde já, que o respectivo âmbito se circunscreve à área técnico-profissional...


Segundo a imprensa, de que li atentamente diversas versões credíveis para ter a certeza de que não estava a ser alvo de uma burla - tão comum nos tempos que correm - o Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, foi agraciado recentemente com a medalha militar da Cruz de S. Jorge, de primeira classe, imposta pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, em "reconhecimento pelos serviços prestados que em muito contribuíram para a eficiência e cumprimento das Forças Armadas Portuguesas na Madeira", e que foi entregue em cerimónia pública onde estiveram presentes o Representante da República, o Presidente da Assembleia Legislativa, e o Bispo do Funchal, além de outras individualidades.


O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, terá dito durante a cerimónia respectiva nutrir pelo governante madeirense "respeito e admiração", reconhecendo-lhe "carisma", "patriotismo", "prestígio", "pragmatismo", acrescentando tratar-se de um "verdadeiro líder, homem de honra e de uma só palavra", realçando também a "postura" do Presidente do executivo madeirense em matéria de cooperação institucional com os três ramos das Forças Armadas.


Cabe assim recordar, dado que a memória colectiva por vezes é curta, os múltiplos comportamentos pautados por profundas grosserias relativamente a diversos dos mais altos responsáveis do Estado demonstrados por aquele agente público, bem como os reiterados despautérios em matéria de gestão dos réditos públicos, e o inconcebível comportamento institucional face a um dos anteriores Comandantes da Zona Marítima da Madeira que apenas procurava cumprir várias disposições legais.


Para além do espírito da lei apontar para ser necessário o exercício de qualidades pessoais no âmbito técnico-profissional - não constando que o Presidente do Governo Regional em causa tenha desempenhado funções de tal tipo - os encómios proferidos na cerimónia pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas parecem ser notoriamente desajustados face ao perfil da personalidade agraciada.


O tempora ...