domingo, 11 de julho de 2010

VÁ LÁ

"O comandante Alpoim Calvão, o operacional que comandou a "operação Mar Verde" durante a guerra colonial na Guiné, recebeu ontem "a única medalha que não tinha" das mãos do comandante do Corpo de Fuzileiros.
"Acertámos contas com a justiça", cuja celeridade "levou 41 anos" a ser feita com a imposição da Medalha de Comportamento Exemplar, declarou o contra-almirante Luís Picciochi, nas cerimónias do "Dia do Fuzileiro" que ontem decorreram na Escola de Fuzileiros (Vale de Zebro, Barreiro).
Alpoim Calvão, que na sua brilhante folha de serviços ostenta também algo quase único - uma ordem de serviço que simultaneamente o condecora, pune e transfere para a frente de combate no final da década de 1960 - na carreira de um soldado, lembrou ontem ao DN as razões de nunca ter recebido aquela condecoração.
"A razão próxima foi por ter sido incorrecto com o ministro da Marinha, Manuel Pereira Crespo, a longínqua por ter recusado tirar a punição a um oficial", recordou Alpoim Calvão, 73 anos, por entre as interrupções motivadas por cumprimentos e abraços de antigos subordinados. As situações estão directamente relacionadas, por a incorrecção perante o ministro ter ocorrido durante a recusa ao pedido que o governante lhe fazia para retirar a pena aplicada ao referido oficial.
A punição, aplicada perante "2000 homens formados" na parada da Escola de Fuzileiros, justificou-se porque o oficial em causa escrevera "uma coisa habilidosamente insultuosa" para Alpoim Calvão, adiantou o capitão-de- -mar-e-guerra já distinguido com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito - a mais alta condecoração portuguesa - e duas cruzes de guerra, entre outras.
A cerimónia de ontem contou com a tradicional participação de algumas centenas de antigos fuzileiros e familiares, numa cerimónia assumida oficialmente pela Marinha desde 2009 e que até então era organizada apenas pela Associação de Fuzileiros.
Numa parada onde estavam expostos alguns dos meios materiais que equipam o Corpo de Fuzileiros, bem como companhias de militares do batalhão de infantaria da Armada, a Escola dos 'fuzos' atribuiu também o nome de Alpoim Calvão à ponte-cais ali existente, adiantou ao DN o contra-almirante Luís Picciochi.
A cerimónia ficou assinalada ainda pelo desfile de 30 guiões de antigas unidades dos fuzileiros, tropas especiais cujas origens remontam ao final do século XVI e descendem da mais antiga força militar permanente portuguesa - o Terço da Armada, fundado em 1621."
Actualmente, os fuzileiros têm militares seus destacados no Afeganistão

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