Podiam entrevistar mais alguns milhares de jovens
portugueses em idade de ter vindo da tropa, que o grosso das respostas
certamente não destoaria.
Só que os jovens daquele outro tempo, a que se reportam as
perguntas do entrevistador, viviam no designado obscurantismo ...
Ocorre-me isto isto a propósito do 10 de Junho e das
comemorações que tiveram os antigos combatentes como cenário.
Diversos camaradas fizeram o favor de me enviar o discurso
de António Barreto. Brilhante, cultivado, provavelmente sincero até quando se
refere aos jovens que discordavam e em consciência desertavam (conhecemos
muitos) e aos que por medo ou comodidade fugiam à guerra (não conheço
nenhum), ... Pena não ter sido escrito há trinta anos, quando AB era do
Governo!
Eu tinha deixado de comprar O «Expresso», um jornal de
referência da minha geração, em virtude de num certo tempo, e face a uma
frase infeliz do Ministro Teias (...« os incêndios talvez sejam provocados por
militares que trouxeram granadas do Ultramar»), ter sido Ma nuel
Alegre a tomar as dores dos militares e a derrama-las ali do jeito trágico-
poético que só ele sabe.
Desta vez, por palpite voltei a comprar o mesmo «Pasquim de
Anúncios» e fui «recompensado».
Talvez eu tenha folheado mal, mas apenas encontrei uma
alusão ao Discurso de Barreto... A de ser REFRACTÁRIO!
À guerra e ao Expresso, acrescento eu.
De resto encontrei a história do menino africano roubado à
mãe e trazido por um oficial fuzileiro, com todas as peripécias que hoje se lhe
seguiram, o patético reencontro com o irmão, a mãe, etc.e que terminaram com um
Secretário de Estado, de percurso sinuoso, a entregar-lhe o BI para a TV
registar.
Pena que nenhum dos oficiais generais desse Destacamento
tenha querido explicar melhor o episódio, mesmo que dele não tenham hoje grande
orgulho! Ter-se-á perdido uma grande oportunidade para um Almirante reformado sair a terreno em defesa dos antigos combatentes da Marinha
A mesma oportunidade desta notícia, face às evocações
do 25 de Abril e a eventuais incomodidades causadas pelos militares, já tinha
tido o mesmo jornal com o triste episódio de Wyamuru? (Moçambique) e com o
trocadilho do Capitão «Robby» (que passava por militar sem o ter sido),
ambos sujeitos a detalhadas descrições e muitas encenações, como o alferes
arrependido a ir pedir desculpa aos sobreviventes ... num outro
período em que convinha pôr os militares em sentido, ou pelo menos pouco ...à
vontade!
O mesmo jornal que na comemoração dos seus 25 anos, (Coliseu
- 1998), distinguindo as 25 personalidades que mais se tinham distinguido em
Portugal nesse período, e embora socorrendo-se de estilistas, futebolistas e
locutores da rádio, entre outras personalidades civis, não conseguiu
descortinar qq militar a enaltecer. Nem Ramalho Eanes!
Nada disto, em minha opinião, é por acaso!
Estive presente nas cerimónias de Pedrouços, junto ao
Monumento aos que morreram pela Pátria.
Com a evocação de Oliveira e Carmo, estiveram presentes
camaradas do seu curso, bem como do que o teve por patrono -OC.
No Expresso, nem uma referência.
Nada do que está a preparar-se para os Hospitais Militares e
para o Museu de Ma rinha é descurado.
Relembro um amigo civil que muitas vezes me dizia em estilo
de cumprimento: A Ma rinha não é a
Guarda Nacional Republicana!
Embora já velhote, vou procurar saber se ainda o diz da
mesma maneira, ou se pela mesma ordem.
Um abraço
2 comentários:
Boa.
Este Raul é RL?
Se não levar a mal , fiquemos pelo "Raul"
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