“O
presidente polaco pode pousar onde ele bem entender!”
Apesar
da forte neblina e do conselho do aeroporto para não pousar em Smolensk, mas sim
se dirigir a outro lugar, o presidente polonês Lech Kaczynski permaneceu
irredutível e obrigou o piloto a pousar. A torre de Smolensk recomendou ao invés
disso que eles seguissem para Minsk. O piloto tentou em vão por três vezes e na
quarta tentativa aconteceu a queda do avião às 8:50, a cerca de 1 km da
cabeceira da pista. Da comunicação com a torre, pode-se notar que o piloto
estava sob forte estresse. Kaczynski bateu o pé e teria dito: “O
presidente polonês pode pousar onde ele bem entender!”
Esta declaração é muito provável, haja vista a prepotência
característica de muitos poloneses. Tal arrogância pode ser observada também nos
meses anteriores à eclosão da Segunda Guerra Mundial, quando após receberem um
cheque em branco do irresponsável governo britânico, os dirigentes poloneses
começaram a recusar qualquer diálogo com o governo alemão, ao contrário,
provocavam-no à medida que intensificaram a perseguição aos alemães que residiam
no novo território polonês surrupiado em Versailles. Para não mencionar ainda os
preparativos da marcha
triunfal do exército polonês sobre Berlin – NR.
O
piloto da aeronave presidencial tentou pousar quatro vezes sob forte neblina,
disse o vice-comandante da aeronáutica russa, Sergej Rasygrajew, à agência
Itar-Tass. O aeroporto nas proximidades da cidade de Smolensk estava
tecnicamente em operação, porém, por causa da neblina o piloto recebeu
orientação para pousar no aeroporto da capital da Bielorússia Minsk ou retornar
a Varsóvia, relataram as mídias russas. Outras reportagens afirmam que a ida até
Moscou também esteve em debate.
Segundo
a agência Interfax, um representante da aeronáutica bielorrussa se expressou de
forma semelhante. Os controladores de vôo bielorrussos foram solicitados por
seus colegas russos a informar à aeronave presidencial polonesa antes de deixar
seu espaço aéreo, que as condições climáticas para um pouso em Smolensk estavam
desfavoráveis. Os controladores passaram adiante a informação.
Poucos
minutos antes uma aeronave abortou o pouso, uma Iljuschin de Moscou. Seu piloto
já esteve freqüentemente em Smolensk, ele conhecia bem a região, a pista e o
local, relatam as agências de notícias. Ele tentou duas vezes e desistiu então,
retornando a Moscou.
“A
tripulação tomou uma decisão independente, pousar em Smolensk”, disse o
porta-voz do governo regional de Smolensk, Andrej Jewsejenkow, à televisão
russa. Aparentemente a tripulação encontrava-se sob pressão e se deixou levar
mesmo indo contra toda lógica e regras de vôo, chegando então a colidir contra
as árvores.
Kaczynski
queria de qualquer forma participar com sua delegação nas homenagens aos
milhares de oficiais e soldados poloneses mortos pelo serviço secreto soviético
NKWD a mando de Stalin, há 70 anos em Katyn, não importasse sob quais condições
metereológicas.
Na
quarta-feira, os ministros-presidentes de ambos os países, Wladimir Putin e
Donald Tusk, homenagearam as vítimas de Katyn e apertaram as mãos em sinal de
conciliação. O presidente russo Dmitri Medwedew mostrou-se abalado sobre a
catástrofe e prometeu esclarecer o caso. “Com
profundo pesar eu, assim como todos os cidadãos russos, recebemos a notícia
desta terrível tragédia”, disse Medwedew segundo informação do
Kremlin.
Além
do casal presidencial, outros membros do governo estão entre as vítimas, dentre
eles o vice-chefe do parlamento Jerzy Szmajdzinski, o vice-ministro do exterior
Andrzej Kremer, o chefe do exército Franciszek Gagor, diversos parlamentares
assim como os principais assessores de Lech Kaczynski. O chefe do Banco Central
polonês, Slawomir Akrzypek, também estava entre as vítimas. Morreu a “elite da
nação”, disse o ex-presidente Lech Walesa.
Já existem aqueles que apreciariam muito o uso do mesmo tipo de
aeronave para a “elite” de seus respectivos países – NR
Medwedew
formou uma comissão de investigação sob comando do chefe de governo Putin. Putin
queria viajar até o local do acidente e encontrar Tusk, como anunciou a agência
Interfax neste sábado.
Isso
não é a primeira vez que Kaczynski se mostrou como um cabeça-dura e teve atrito
com os ocupantes doCockpit.
Em 2008, na ocasião de um vôo à Geórgia, o piloto se recusou a seguir suas
ordens e desviou do destino original, tanto que o presidente viajar 4 horas de
carro. Desta vez sua posição anti-russa lhe custou a vida, pois ele achava que a
imposição de um desvio de rota fosse uma chicana e não devido ao mau tempo; como
presidente ele poderia pousar quando e onde bem entender.
Quando
ele quis voar até a Geórgia na guerra de 2008 para mostrar solidariedade a
Saakaschwili e protestar contra a Rússia, seu avião teve a rota desviada para o
Azerbaijão por “motivos de segurança”. Nesta ocasião, Kaczynski ordenou mesmo
assim o pouso em Tiflis, o que foi recusado prontamente pelo piloto. O piloto
foi ameaçado de demissão. A autoridade máxima do Estado polonês acusou então o
piloto de deserção. Hoje ele não agüentou a pressão, o que levou à catástrofe e
morte de todos passageiros.
A
homenagem, na qual o presidente Kaczynski queria participar, deveria começar às
10 horas. Um desvio até outro aeroporto significaria que a delegação perderia a
homenagem. Teria sido este o motivo para que o piloto fosse forçado a
pousar?
Para
ter uma visão do solo, aparentemente ele voou bem baixo. Na última curva antes
da pista, como o avião ainda se encontrava numa posição inclinada e o trem de
pouso já estava abaixado, ele tocou as árvores com a asa esquerda e a aeronave
tombou.
Aliás,
o aeroporto de Smolensk Nord não tem qualquer sistema de pouso por instrumento
(ILS), o que impossibilita o pouso com neblina espessa. Havia somente um
instrumento militar de auxílio para pouso (PRNG), o qual não era compatível
segundo declaração à TV russa do antigo piloto militar polonês, Mikhal Fisher.
Além disso, o aeroporto estava fechado devido à forte neblina e a torre já tinha
fornecido ao piloto, Arkadiusz Protasiuk 36, a instrução para voar até Minsk, o
que ele não fez. O resultado da investigação será com certeza – um “erro do
piloto”.
O
ministro-presidente de ambos os países, Wladimir Putin e Donald Tusk, prestam
homenagem às vítimas no local do acidente:
Alles Schall und Rauch, 10/04/2010.
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