sexta-feira, 7 de maio de 2010

AINDA É PIOR

O ministro da Defesa Augusto Santos Silva afirmou esta sexta-feira que a ausência da Marinha Portuguesa na missão militar internacional da NATO de patrulhamento e combate à pirataria é uma opção política, recusando as restrições orçamentais como justificação, noticia a Lusa.
«Não houve cortes orçamentais. O que houve foi uma opção política que permite a Portugal manter os seus compromissos no seio da NATO e da ONU e reforçar a sua participação nas operações de política, de segurança e defesa na União Europeia», afirmou o ministro responsável pela pasta da Defesa, à margem da cerimónia de juramento de bandeira dos militares da Academia da Força Aérea.
Santos Silva reforçou a sua posição com uma alusão ao orçamento de Estado inicial de 2009, que configurou 70 milhões de euros às forças nacionais destacadas e o orçamento do Estado de 2010 que atribuiu 75 milhões de euros.
«Os meus conhecimentos primários levam-me a concluir que 75 é maior que 70 por isso é falso dizer que houve cortes orçamentais», sustentou.
«O que houve, e é natural que haja porque nada se eterniza nem ninguém tem monopólio de nada, foi uma reconfiguração por opção política segundo recomendações das autoridades militares competentes neste domínio dadas ao Governo», esclareceu.
Contradição
Santos Silva contraria, assim, informações do Estado Maior da Armada que, numa resposta escrita à agência Lusa, refere que «devido às restrições orçamentais a Marinha Portuguesa não participará este ano na força naval permanente da NATO (SNMG1 - Standing Nato Maritime Group 1)».
O ministro recusou ainda a afirmação de que Portugal não vai participar no combate à pirataria, sublinhando que o país participa, sim, «segundo uma modalidade mais promissora, que é o combate às causas que motivam a pirataria».
«Portugal vai reforçar a sua presença no combate à pirataria e vai fazê-lo no quadro da UE», concluiu.

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