Generais passam a ganhar como coronéis
20 de Outubro, 2010Por Helena Pereira
É como se o Governo arrancasse os galões dos ombros
dos militares. A aplicação do pacote de austeridade nas Forças Armadas
representa a despromoção de um posto. Os cortes do salário, entre 3,5% a 10%,
significam que, por exemplo, um general de uma estrela passa a ganhar como um
coronel e um major como um capitão.
O clima é de revolta entre os militares que tiveram ainda uma surpresa. De
acordo com a proposta do Orçamento do Estado para 2011, as promoções serão mesmo
uma miragem.
José Sócrates decidiu revogar uma norma que está em vigor desde Janeiro de modo a dificultar as promoções. A partir de 2011, cada vez que houver uma vaga (por passagem à reserva de um militar), esta deve ser preenchida prioritariamente por militares supranumerários.
Os militares não estavam a contar com esta medida. E até se mostravam tranquilos quanto ao facto de as promoções para o preenchimento de vagas poderem continuar em 2011, pois o mesmo se passou no período de 2005-07, em que as promoções da restante função pública foram congeladas.
«É inqualificável e uma punhalada pelas costas», classifica o coronel Jara Franco, da Associação de Oficiais das Forças Armadas. «Isto significa que as vagas para promoções simplesmente não vão existir», resume, ao SOL.
Só serão excepcionadas as graduações necessárias para o desempenho de cargos internacionais. O número máximo de militares que poderão ser contratados em 2011 será ainda diminuído em três mil, o que poderá significar em alguns casos rescisões de contratos.
helena.pereira@sol.pt
José Sócrates decidiu revogar uma norma que está em vigor desde Janeiro de modo a dificultar as promoções. A partir de 2011, cada vez que houver uma vaga (por passagem à reserva de um militar), esta deve ser preenchida prioritariamente por militares supranumerários.
Os militares não estavam a contar com esta medida. E até se mostravam tranquilos quanto ao facto de as promoções para o preenchimento de vagas poderem continuar em 2011, pois o mesmo se passou no período de 2005-07, em que as promoções da restante função pública foram congeladas.
«É inqualificável e uma punhalada pelas costas», classifica o coronel Jara Franco, da Associação de Oficiais das Forças Armadas. «Isto significa que as vagas para promoções simplesmente não vão existir», resume, ao SOL.
Só serão excepcionadas as graduações necessárias para o desempenho de cargos internacionais. O número máximo de militares que poderão ser contratados em 2011 será ainda diminuído em três mil, o que poderá significar em alguns casos rescisões de contratos.
helena.pereira@sol.pt
2 comentários:
Não resisto à tentação de reagir com algum humor (será negro ?) a tão despudorada decisão deste (des)governo.
Em meados do século passado as promoções de oficiais estavam muito demoradas. Pois então um nosso conhecido 1º Tenente antigo resolveu adoptar o seguinte procedimento : cada vez que passava por um Grumete fazia-lhe continência e dizia "Muito Bom Dia Senhor Grumete" !...
As vagas sempre foram ocupadas em primeiro lugar pelos supranumerários, penso eu de que...
Quanto ao resto, estou com o anterior comentário: "Muito bom dia senhor grumete*"!
*Este grumete, sem ofensa para os verdadeiros grumetes, é um tal de Silva, o caceteiro-malhador que controla a tropa.
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